“Quem lidera no Brasil é o coronavírus. O país vai atravessar a epidemia apenas tentando reduzir os danos", afirmou o ex-ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta, em uma live no perfil oficial do Partido Democratas (DEM) no Instagram. Mandetta completou que “o governo sabe quantos óbitos nós teríamos, caso a gente não tomasse as medidas necessárias” e criticou a falta de um plano do governo brasileiro de combate à COVID-19.
“Apesar de o presidente fazer exatamente o contrário, todo o nosso trabalho focava na transparência para conscientizar a população. Nós não podemos esconder nada de ninguém. Então, se eu der todos os dados de maneira franca, cada um faz o seu quebra-cabeça”, explicou.
Mandetta também criticou as políticas que visam a proteção da economia sem cuidados com a saúde. “No final da pandemia, o que acaba é economia, mas tem um renascimento”, comentou. O ex-ministro completou que é necessário um foco na saúde para evitar maiores perdas.
“Não teremos mais uma sociedade como antes da pandemia. E isso pode ser bom para o Brasil que perdeu uma boa parte da equipe médica”, comentou. O médico completou que pode surgir um novo regulamento sanitário social e que a pandemia pode ajudar no combate à movimentos antivacina: “Será que algum país vai permitir que alguém entre sem vacina?”.
Vacina
Apesar do grande avanço da descoberta de anticorpos para a COVID-19, Mandetta afirmou estar preocupado com a situação do Brasil. “Se a gente não tiver a condição de produzir a vacina, a gente vai ficar sem”, completa. Para mudar essa situação, o ex-ministro da saúde orientou que o governo brasileiro chame a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para trabalhar na criação e produção de vacinas para COVID-19. “Pode ser uma das coisas boas que podem sair da pandemia. Fiocruz é um celeiro de boas ideias”, comentou.
Saúde no Brasil
Mandetta também defendeu a valorização do Sistema de Saúde Único (SUS) após a pandemia. Segundo o ex-ministro, os brasileiros não estão morrendo por desassistência médica. “Desde que eu saí, o governo do Brasil saiu do combate a pandemia, mas o SUS continuou com a sua proposta”, comentou.
Além disso,o ex-ministro comentou da necessidade da qualidade do ensino dos profissionais da saúde. “Temos que pensar em como a gente vai continuar formando enfermeiras a distância”, completou.
Outro pode discutido foi a necessidade de completar as obras dos hospitais para combater o vírus. “Ao invés de criar hospitais de campanha, deveríamos terminar as nossas obras”. Mandetta completou a Câmara do Deputados está mais madura para fazer um orçamento e não deixar as obras incompletas.
Mandetta discutiu a situação atual e a perspectiva para o coronavírus no Brasil, além de como lidar com a reabertura do comércio e as experiências internacionais bem-sucedidas. A transmissão ao vivo contou com a participação do líder da bancada do DEM na câmara, Efraim Filho.
*Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa