Jornal Estado de Minas

CORONAVÍRUS EM BH

Kalil diz que negocia leitos com hospitais particulares e revela por que não abriu hospital de campanha em BH

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), revelou, nesta terça-feira que está negociando a utilização de leitos de hospitais particulares para tratamento de pacientes com COVID-19.


“Estamos negociando leitos com a rede particular. Há um esforço tremendo da Prefeitura para que a cidade receba esse bombardeio da melhor forma possível”, declarou Kalil em entrevista à Rádio Itatiaia.

Segundo boletim epidemiológico emitido pela Prefeitura de Belo Horizonte nesta terça, a taxa de ocupação de leitos de UTI destinados ao tratamento da COVID-19 é de 87% (309 leitos ocupados). Entre os leitos de ‘UTI não COVID’, a ocupação é de 89% (685 utilizados). A taxa de ocupação total é de 88%, com 994 postos em uso.

Apesar dos altos índices de utilização das UTIs (que juntamente com outros indicadores como taxa de ocupação de enfermarias e número médio de transmissões do coronavírus levaram o Executivo municipal a recuar na reabertura do comércio), Kalil disse que foi um acerto não ter construído um hospital de campanha em Belo Horizonte.


De acordo com o prefeito, não haveria mão de obra suficiente para operar esse tipo de unidade de saúde. Disse, ainda, que não bastam equipamentos médicos para salvar pessoas. É necessário profissionais de saúde.

“Eu fui abençoado por Deus por não ter feito o hospital de campanha. Nós preparamos os leitos que tínhamos com gente. Imagina se tivéssemos aberto esse hospital? Agora teríamos dois hospitais e não teríamos gente para trabalhar. As pessoas perguntam 'Não contratam?' Porque não tem gente para ser contratada. Não abrir o hospital de campanha aqui foi um golpe de sorte porque quem salva vida é gente. Respirador não salva vidas. Quem salva gente é gente. Precisamos de gente. Precisamos de remédio”, declarou Alexandre Kalil.

Belo Horizonte conta com um hospital de campanha ainda não inaugurado, instalado no Expominas, no bairro Gameleira, região Oeste da capital. Entretanto, a unidade foi construída e será administrada pelo governo estadual.


Em entrevista ao Estado de Minas, o governador Romeu Zema só conseguirá atingir 100% da capacidade do Hospital de Campanha após a data prevista para o pico da pandemia, em 15 de julho.

“Para o hospital funcionar 100%, aí sim vamos precisar de uma instituição externa, que é esta que está com a licitação em andamento. Então, nada vai ser prejudicado nesse processo. Tudo a seu tempo. O hospital, caso venha a operar, não vai ser ocupado em 100%. Vai haver uma escala. Vai começar com 30, 40 leitos. Depois, vai para 100, 150... Até, se necessário, tudo. Ninguém sabe se vai ser. Com toda certeza, o processo já vai estar concluído”, disse.