O ex-governador, ex-senador, ex-ministro da Saúde no Governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e candidato derrotado à Presidência da República José Serra (PSDB/SP) é alvo, na manhã desta sexta-feira (3), de operação da Polícia Federal para cumprimento de oito mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Parte das buscas é realizada em endereços ligados ao ex-governador.
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José Serra segue FHC e diz que não apoia nem PT nem BolsonaroLaudo vê transação financeira entre suspeito e prima de José SerraMinistra do STF autoriza investigação contra José Serra no caso JBSA operação da Lava-Jato deflagrada na manhã desta sexta-feira, pela Polícia Federal é denunciada pelo Ministério Público Federal que acusa Serra de usar cargo de governador, entre 2006 e 2007, para receber da Construtora Odebrecht pagamentos indevidos como moeda de troca na realização de obras do Rodoanel Sul, em São Paulo.
De acordo com a força-tarefa, o empresário José Amaro Pinto Ramos e Verônica Serra constituíram empresas no exterior, ocultando seus nomes, e por meio delas receberam os pagamentos que a Odebrecht destinou ao então governador de São Paulo.
Milhões de reais
"Milhões de reais foram pagos pela empreiteira por meio de uma sofisticada rede de offshores no exterior, para que o real beneficiário dos valores não fosse detectado pelos órgãos de controle", afirmou a Procuradoria, em nota.
Paralelamente à denúncia, a força-tarefa deflagrou a Operação Revoada para aprofundar as investigações em relação a outros fatos conectados a esse mesmo esquema de lavagem em suposto benefício de Serra.
Suíça
As ordens foram expedidas pela Justiça Federal que determinou ainda o bloqueio de R$ 40 milhões em uma conta na Suíça.
Com relação à denúncia, a Lava-Jato indicou que as investigações demonstraram que o operador José Amaro Pinto Ramos e Verônica Serra, filha do ex-governador, "constituíram empresas no exterior, ocultando seus nomes, e por meio delas receberam os pagamentos que a Odebrecht destinou ao então governador de São Paulo".
"Neste contexto, realizaram numerosas transferências para dissimular a origem dos valores, e os mantiveram em uma conta de offshore controlada, de maneira oculta, por Verônica Serra até o final de 2014, quando foram transferidos para outra conta de titularidade oculta, na Suíça", indicaram os procuradores.
A denúncia foi montada com base na delação de nove executivos ligados à Odebrecht, inclusive o ex-presidente do grupo, Marcelo Bahia Odebrecht. Nove procuradores subscrevem o documento.
Defesa
A reportagem busca contato com José Serra. O espaço está aberto para manifestações.