A análise da moção de aplausos pela "atuação exemplar e valorosa" do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ante a pandemia do novo coronavírus precisará ser feita pela Câmara Municipal de Belo Horizonte em outra data. Por falta de quórum, a reunião plenária desta segunda-feira foi encerrada 11 minutos após começar.
A presidente do Parlamento Municipal, Nely Aquino (Podemos), abriu a sessão às 15h. Após a leitura de um trecho da Bíblia, Pedro Bueno (Cidadania) fez breve pronunciamento no tempo destinado às falas dos vereadores.
Leia Mais
Câmara de BH vota nesta segunda-feira se homenageia BolsonaroCâmara de BH rejeita criação do dia de combate ao feminicídio; veja como votaram os vereadoresMárcio Lacerda e ex-secretário adiam depoimento à CPI na Câmara de BHProjeto que autorizava criação de 'auxílio emergencial' pela prefeitura é rejeitado na Câmara de BHReforma da Previdência: após 'fatiamento', Comissão Especial da ALMG define relatorFoi quando Irlan Melo (PSD), que participava da sessão remotamente, pediu a recontagem do número de parlamentares presentes — virtual ou fisicamente. Sem o mínimo de 21 vereadores estipulado pelo regimento interno, a presidente se viu obrigada a encerrar o encontro.
O Estado de Minas esteve presente na Câmara. Após o fim da sessão, a reportagem tentou ouvir Nely Aquino sobre a moção de aplausos e, também, sobre os trabalhos legislativos diante da pandemia. Por meio da assessoria da Casa, a vereadora alegou ausência de tempo em sua agenda e não deu entrevista.
Na sexta-feira, a pauta divulgada pela Câmara registrava que a homenagem a Bolsonaro tinha as assinaturas de Jair Di Gregório, Catatau do Povo, Fernando Luiz e Orlei (todos do PSD), além de Pedrão do Depósito (Cidadania) e Wesley Autoescola (Pros).
Nesta segunda, contudo, constavam apenas os nomes de Jair Di Gregório, Wesley Autoescola e Fernando Luiz. Pelas redes sociais, Orlei disse ter pedido a retirada de seu nome do texto e criticou a postura do presidente ante a COVID-19. Catatau do Povo, que alegou ter cometido uma "falha" ao assinar a moção, e Pedrão do Depósito, fizeram o mesmo.
Pedrão disse ter assinado a moção em maio, por conta, sobretudo, da liberação do auxílio emergencial. Outras atitudes de Bolsonaro, contudo, motivaram a retirada de sua assinatura. “Hoje não apoio a postura do presidente. Já havia pedido a retirada de assinatura desta moção e protocolei o requerimento oficializando a retirada”, explicou.
O texto foi transferido para a pauta desta terça-feira.
Um dos vereadores a registrar presença nesta segunda, Gabriel Azevedo (Patriotas) lamentou o fim precoce da sessão. "Mais uma vez, é uma oportunidade que a Câmara Municipal perde de apreciar temas importantes e vocalizar outros que são prioridade para a cidade. Estamos com os ônibus lotados e uma pandemia que tem prejudicado muito os trabalhadores, mas isso não foi citado", afirmou.
Nesta segunda-feira, o EM ouviu parlamentares sobre a moção de aplausos ao presidente. Enquanto Jair Di Gregório defendeu a iniciativa, Bella Gonçalves (Psol) teceu críticas.
Outros projetos
A pauta desta segunda-feira previa, ainda, a votação, em segundo turno, de dois Projetos de Lei (PLs). Um deles, proposto pelo líder do governo, Léo Burguês (PSL), quer alterar a Lei Municipal sobre o Código de Posturas da cidade. A ideia é modificar questões ligadas ao licenciamento de estabelecimentos drive-in.
A outra matéria, de autoria de Henrique Braga (PSDB), sugere a criação da campanha Abril Verde, em prol da prevenção às doenças e acidentes ocorridos em virtude do trabalho.
A análise dos dois textos também foi repassada à próxima reunião.
Matéria atualizada às 19h15 desta segunda (6).