O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), rebateu, nesta quinta-feira (8), as afirmações do Secretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado Pinto, de que ele (Zema) 'odeia a população da capital' e presta um apoio 'irrisório' à PBH no combate à pandemia.
"Não faltarão leitos em Belo Horizonte no que depender do estado. Onde o prefeito não atua bem, o estado vai assumir um ônus maior. Sabemos que funciona assim", disse o governador.
O comentário foi feito durante a inauguração da nova ala do Hospital Eduardo de Menezes, gerido pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG). A unidade, que chegou a atingir 100% de lotação das vagas de UTI nesta semana, ganhou 12 novos leitos de terapia semi-intensiva, equipados com respiradores.
Na ocasião, Zema destacou ainda que tem acompanhado o trabalho das prefeituras mineiras no enfrentamento ao novo coronavírus e sugeriu cidades da Região Metropolitana onde o desempenho da gestão seria "mais efetivo".
"Algumas cidades, como Betim, estão atuando muito, muito bem. Então, me parece que quem está fazendo, não está reclamando. Isso é o que eu tenho assistido aqui na Região Metropolitana. Muita gente correndo atrás, abrindo leitos", argumentou.
"Se tem prefeitura que tem o que reclamar, eu diria que são as anteriores (à gestão de Zema). O governo anterior tirou das prefeituras R$7,2 bilhões, e eu estou pagando esse dinheiro. E não estou tirando nada. Então, talvez, as coisas devessem ser analisadas com base em dados. E não somente com suposições", completou.
Medicamentos
A falta de medicamentos utilizados na intubação de pacientes que apresentam o quadro grave do novo coronavírus - que já afeta a realização de cirurgias no Instituto Mario Penna e preocupa o Conass (Conselho Nacional de Secretarias de Estado de Saúde) - foi outro tema abordado na coletiva. O Secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, que também participou da inauguração da nova ala do Eduardo de Menezes, afirmou que o estado criou um estoque regulador para atender os hospitais mineiros e há insumos sendo adquiridos no México.
"O Conass se uniu e, junto com a Opas (Organização Panamericana de Saúde), vai fazer uma importação do México. Estivemos anteontem com o Ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo, que também sinalizou que vai nos enviar medicamentos", relatou. O dirigente não informou qual a previsão de entrega dos produtos, nem deu detalhes sobre a remessa.
Nova ala
Referência no tratamendo de doenças infectocontagiosas em Minas, o Hospital Eduardo de Menezes fica no Bairro Bom Sucesso, na Região do Barreiro. A ala inaugurada nesta quinta (8) conta com 12 leitos de terapia semi-intensiva. Todos são equipados com respiradores. A obra é pleiteada pela unidade há uma década junto ao governo do estado.
Segundo a diretora da hospital, Virgínia Andrade, os novos leitos são flexíveis, ou seja, podem funcionar tanto no modo clínico, quanto no modo CTI. O espaço custou R$ 7 milhões aos cofres públicos, dinheiro oriundo de verbas compensatórias da Vale pelas tragédias de Mariana e Brumadinho. O recurso foi liberado por meio de decisão judicial, após pedido encaminhado pelo governo de Minas. Cada respirador saiu por R$ 60 mil.
Segundo a diretora da hospital, Virgínia Andrade, os novos leitos são flexíveis, ou seja, podem funcionar tanto no modo clínico, quanto no modo CTI. O espaço custou R$ 7 milhões aos cofres públicos, dinheiro oriundo de verbas compensatórias da Vale pelas tragédias de Mariana e Brumadinho. O recurso foi liberado por meio de decisão judicial, após pedido encaminhado pelo governo de Minas. Cada respirador saiu por R$ 60 mil.
O Eduardo de Menezes reúne, no total, 42 vagas de CTI e 53 de enfermaria. "A lotação atual é próxima de 100%. Apenas os leitos recém-inaugurados estão disponíveis", conta Virgínia.