Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, deverá prestar depoimento nesta quinta-feira, 9, ao Ministério Público do Rio. O interrogatório se dá no âmbito da investigação contra o filho "02" do mandatário, o vereador carioca Carlos Bolsonaro, que é suspeito de empregar funcionários fantasmas e de praticar "rachadinha" na Câmara Municipal. Ana Cristina, que não é mãe dele, é uma das que teriam sido empregadas sem de fato trabalhar para o gabinete.
Hoje assessora na Câmara de Resende, Ana Cristina ficou de 2001 a 2008 lotada no gabinete de Carlos. Mesmo morando em outro município, outros parentes do então deputado Bolsonaro também ganharam empregos na Câmara do Rio, o que passou a ser considerado nepotismo pelo Supremo Tribunal Federal apenas em 2008.
A investigação contra Carlos começou em julho do ano passado, um ano depois do processo contra o filho "01" do presidente, Flávio, ser aberto. Era, até este mês, tocada por um grupo ligado à Procuradoria-Geral de Justiça, por causa do foro especial. Agora, contudo, com base em decisão recente do STF sobre a ausência de foro para vereadores, o caso desceu para a primeira instância do MP.
Na atual etapa do processo, os depoimentos não são obrigatórios. Os outros familiares de Ana Cristina, por exemplo, não falaram aos investigadores.