Nove meses após o anúncio da retirada do nome de Antônio Aureliano Chaves de Mendonça da termelétrica de Ibirité, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a decisão da Petrobrás ainda tem causado espanto, não só entre a classe política, mas também entre familiares do ex-governador de Minas Gerais. O comunicado havia sido feito pela empresa em 9 de outubro do ano passado.
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Governo abre crédito extra para auxílio emergencial ao setor culturalDecisão a favor de mulher de Queiroz é 'muito rara', dizem ministros do STJSecretário-executivo do Ministério da Saúde expulsa garçom em live; veja vídeoUma safra diferenciada de políticos mineirosFilho de Aureliano Chaves reage à retirada do nome do pai da termelétrica de IbiritéA alteração também gerou comoção entre a classe política. Por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais, o senador Antônio Anastasia (PSD) fez um apelo ao governo federal para que o nome de Aureliano retorne à termelétrica de Ibirité.
“Encaminhei de imediato um ofício ao atual ministro de estado de Minas e Energia pedindo e solicitando que devolva ao Aureliano Chaves essa justa homenagem, feita a um homem público”, declarou o senador.
O prefeito de Três Pontas, Marcelo Chaves Garcia, primo de Aureliano, também se manifestou sobre a modificação no nome da usina. Ele enviou ao governo um ofício solicitando a volta do nome a unidade da Petrobras.
“A gente acha que o Aureliano merece muito mais, porque ele contribuiu muito para o processo democrático do Brasil como um todo. Ele ocupou todos os cargos importantes da política. Nós não estamos entendendo o motivo e por isso defendemos que a usina continue com o nome dele”, afirmou o prefeito de Três Pontas ao Alterosa Alerta.
Segundo a Petrobras, a justificativa para a alteração do nome da usina foi uma exigência do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para que os nomes sejam registrados. Em nota, a empresa informou que as usinas, que antes eram batizadas com nomes de pessoas, voltaram a ter os nomes originais, que fazem referência a localização da termelétrica.
Além da usina de Aureliano Chaves, outras 10 termelétricas que faziam homenagem a pessoas tiveram os nomes modificados.
Confira quais são as usinas:
- Sepé Tiarajú, em Canoas - RS;
- Barbosa Lima Sobrinho, em Seropédica - RJ;
- Euzébio Rocha, em Cubatão - SP;
- Fernando Gasparian, em São Paulo - SP;
- Leonel Brizola, em Duque de Caxias - RJ;
- Luiz Carlos Prestes, em Três Lagoas - MS;
- Mario Lago, em Macaé - RJ;
- Celso Furtado, em São Francisco do Conde - BA;
- Jesus Soares Pereira, em Alto do Rodrigues - RN;
- Rômulo Almeida, em Camaçari - BA.
Histórico
Aureliano Chaves morreu em 30 de abril de 2003, em Belo Horizonte, aos 74 anos. Diabético, ele ficou internado, desde 14 de abril daquele ano, com insuficiência cardíaca e infecção respiratória. Sua morte ocorreu em decorrência de uma falência múltipla dos órgãos.
Natural de Três Pontas, no Sul de Minas, Aureliano foi governador do estado entre 1975 e 1978 e vice-presidente do Brasil entre 1979 e 1985. Nesse período, fez parte do governo do regime militar. Além disso, Aureliano foi deputado, estadual e federal, e ministro de Minas e Energia no governo Sarney, até 1990.
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.