Representantes de movimentos estudantis, indígenas, LGBTQI%2b se reuniram, na manhã desta terça-feira (14/7), em frente ao Congresso, para marcar a entrega de mais um pedido de impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro. Eles colocaram cruzes e estenderam faixas com dizeres como “todos pela democracia” e “70 mil mortos, Bolsonaro, pare de negar”.
Os grupos usavam máscaras, levavam uma bandeira do Brasil, bonecos e, ao microfone, líderes pediam para os presentes ficarem distantes uns dos outros – o que nem sempre ocorria. Participaram do ato cerca de 150 pessoas.
Os presentes entoaram gritos de “fora Bolsonaro” e chamaram o chefe do Executivo de “genocida”. Leia Mais
Aceitar pedido de impeachment aumentaria dificuldade de enfrentar covid, diz MaiaBolsonaro: Forças Armadas não aceitarão impeachment por motivos políticosParecer de instituto centenário da advocacia defende impeachment de BolsonaroAté o momento, pelo menos 49 pedidos de impedimento contra o presidente estão parados na mesa da presidência. Esse último foi protocolado por volta de 11h59.
O texto conta com a anuência de vários movimentos sociais e se baseia em um conjunto grande de atuações de Bolsonaro, que porta-vozes chamaram de uma sistematização das políticas inconstitucionais.
Eles focam em ações do governo contrárias ao que determina a Constituição Federal em relação ao meio ambiente, proteção aos índios, direitos sociais, soberania nacional, saúde, educação e cultura.
Texto aborda pandemia e descaso com o meio ambiente
O pedido de impeachment conta com assinaturas de organizações sindicais e religiosas, setores da sociedade civil, personalidades comprometidas com a democracia e movimentos populares.
O texto cita, ainda, a condução do Executivo no combate à pandemia de coronavírus, que já resultou em quase 73 mil mortes.
No que se refere a trabalho, o texto afirma que o presidente foca as políticas no favorecimento a grandes empresas, mas não garante o emprego e a renda de trabalhadores.
Sobre meio ambiente, o aumento do desmatamento e a priorização de interesses particulares em detrimento de normas ambientais.
O pedido de impeachment acusa Bolsonaro de legalizar a grilagem de terras e interromper programas de compra antecipada de alimentos (PAA), de impor sofrimento a populações tradicionais “com a implantação de uma política genocida”, e de não cumprir a demarcação de territórios estabelecido pela carta magna, além de prejudicar a política exterior brasileira, sabotar produções artísticas que não se alinham à ideologia do governo e atacar a liberdade de expressão e de imprensa.