Neste sábado (18), o presidente Jair Bolsonaro defendeu mais uma vez a utilização da hidroxicloroquina no tratamento contra o novo coronavírus e comentou que a medicação é uma alternativa melhor do que o isolamento social no combate à covid-19. Mesmo afirmando não entender nada "sobre isso aí" e dizendo que não é médico, o mandatário afirmou que tomar a medicação pode surtir mais efeito do que ficar em casa.
Bolsonaro ainda disse que é "uma prova viva" da hidroxicloroquina e frisou que "tem que pensar na economia". Para ele, "não adianta ficar falando em vida, vida, vida, porque isolamento mata".
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Durante a conversa, Bolsonaro perguntou ao grupo de eleitores quem permitiria que a mãe utilizasse hidroxicloroquina em caso de diagnóstico positivo para covid-19. Todos gritaram em coro que "sim".
O chefe do Executivo ainda reclamou que existe uma "briga ideológica em cima da hidroxicloroquina". Ele também pediu para "não ficar perturbando quem quer tomar" o remédio. "Qual é a alternativa? Ficar em casa? O desemprego, a fome, a miséria e a depressão matam mais que o vírus", ponderou.
"Desde lá detrás sabíamos que tinha a hidroxicloroquina e que não tinha alternativa (contra a covid-19). Então, vamos com ela, pô. Aconteceu comigo. Doze horas depois que tomei a primeira dose da hidroxicloroquina eu já tava 100% bom. E deu positivo (o teste dele para o novo coronavírus). Agora, o que eu recomendo: procure o médico", acrescentou Bolsonaro.
Tratamento desaconselhado
O uso da hidroxicloroquina para tratar infectados pela covid-19 foi desaconselhado pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) depois de duas pesquisas internacionais não apontarem resultados eficientes do medicamento nesta situação de aplicação fora da bula.
Na sexta-feira (17/7), a entidade emitiu um informe aos profissionais de saúde afirmando que, diante das novas evidências científicas, "é urgente e necessário que a hidroxicloroquina seja abandonada no tratamento de qualquer fase da covid-19."
A SBI também pediu que o recurso público seja usado em medicamentos que comprovadamente “são eficazes e seguros para pacientes com covid-19 e que estão em falta, tais como anestésicos para intubação de pacientes que precisam ser submetidos à ventilação mecânica”.