Jornal Estado de Minas

MINISTÉRIO DA SAUDE

Mandetta sobre Pazuello: 'Não entendo de paraquedas e ele não entende de saúde'

No mesmo dia em que assumiu que pretende concorrer ao Planalto em 2022, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) fez duras críticas ao atual comandante da pasta, Eduardo Pazuello. O médico respondeu o comentário do militar, que, durante uma entrevista, afirmou que Mandetta só queria aparecer na mídia. “Não entendo de paraquedas e ele não entende de saúde”, alfinetou.




A declaração foi feita durante entrevista comandada pela jornalista Mônica Bergamo no programa Ponto a Ponto, da BandNews TV, na quarta-feira (22).

“É como se eu criticasse quem não anda ou para da maneira que gostaria. Por isso, minha crítica ficaria ausente, então acho que a crítica dele também está isolada", comentou Mandetta.
 
O ex-ministro também analisou a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS), que, nas regiões Sudeste e Sul, conseguiu atender os casos graves de COVID-19. “A maioria dos infectados se recupera bem. Agora, tem 10% que é o pior. O que leva o sistema de saúde ao limite, gerando mortes por desassistência. Manaus, Belém, Fortaleza e até mesmo o Rio de Janeiro registraram mortes por desassistência. São Paulo foi o estado que mais deu chances para as pessoas lutarem. Paraná e Rio Grande do Sul também”, explicou. “Quando existe estrutura e investimento, o SUS funciona na ponta, sem o reconhecimento do Ministério da Saúde”, finalizou.
 
Durante a entrevista, Mandetta também afirmou que o Brasil enfrenta uma pandemia “sem rumo.” “Estamos arrastando o vírus, o vírus está nos levando. Só ficamos torcendo para que a contaminação diminua”, disse. 
 
Ao falar sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Mandetta culpou a falta de comunicação pelo mau êxito do governo no combate à pandemia. “O ministério não pode falar nada, porque o presidente acha ruim. Não pode recomendar que fique em casa, porque o presidente diz que as pessoas precisam ir para rua. Não pode recomendar que as pessoas não se aglomerem, porque o próprio presidente aglomera”.

*Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa