O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindepominas) protocolou junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), na tarde desta quinta-feira (23), uma interpelação judicial contra o governador Romeu Zema (Novo). A organização pede que Zema justifique as afirmações feitas na última segunda-feira, quando disse que “os sindicatos de servidores do estado de Minas Gerais, no governo anterior (Fernando Pimentel/PT), participavam da chamada rachadinha”.
Em nota, Maria de Lurdes Camilli, presidente do sindicato, reagiu à declaração e afirmou que a organização “jamais estabeleceu qualquer relação espúria com aquele ou qualquer outro governante” e salientou que, “contra a administração do ex-governador, foram impetradas dezenas de ações judiciais para restabelecer direitos, justamente pela ausência de diálogo com as representações de classe”.
Conforme o Estado de Minas informou, entidades de classe têm se posicionado contra a Reforma da Previdência proposta pelo governo. Porém, a polêmica começou na última segunda-feira (20), quando o chefe do Executivo estadual criticou a postura dos representantes e insinuou que alguns deles obtinham vantagens indevidas durante a gestão de seu antecessor, Fernando Pimentel (PT).
“O pessoal que estava acostumado com ‘rachadinha’ e não sei mais o quê, agora fica dando do contra. Escute com reservas quando a crítica partir desse tipo de público. Enquanto o Estado estava saqueando as prefeituras e mandando o nome de 240 mil funcionários públicos para o SPC, esse pessoal estava calado. Não falou nada”, disparou, durante transmissão ao vivo feita por meio das redes sociais.
Ainda segundo o governador, a postura crítica dos sindicatos não era vista durante o administração anterior. Zema disse que há representantes buscando “visibilidade” e “polêmicas”.
“Sejam críticos. Tem muitos sindicalistas querendo só visibilidade e polêmicas. Falam ‘você está sendo prejudicado’. Mentira! No último governo, quando o funcionário público estava sendo prejudicado, esses sindicalistas não levantaram a mão, pois podiam dar emprego a um ‘punhado’ de gente da ‘turminha’ deles”, afirmou.
Também na segunda-feira, após as declarações de Zema, Héder Martins, presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (ASPRA/MG), afirmou que “por mais que as entidades militares não sejam sindicatos, no governo Pimentel fizemos inúmeras manifestações, inclusive uma delas culminou na invasão do Palácio da Liberdade. Três mil policiais estão respondendo inquérito por conta daquilo. Ou seja: não houve silêncio”.