Para o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “fez tudo o que não deveria fazer” ante a pandemia do novo coronavírus. Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, o antigo chefe da saúde federal teceu críticas à forma como o governo tem lidado com a crise proporcionada pela infecção.
“O governo federal fez tudo o que não deveria fazer na maior crise de saúde dos últimos 100 anos. Desde a gripe espanhola não havia uma emergência sanitária desse patamar. Quando nossa equipe estava no ministério, o presidente fez oposição ao próprio Ministério da Saúde dele”, afirmou, por telefone.
Mandetta deixou o Palácio do Planalto em abril deste ano, quando o país somava casos 25.262 casos e 1.532 mortes em virtude do coronavírus. Agora, mais de 90 dias depois, há 2.552.265 registros e 90.134 óbitos.
Defensor das medidas restritivas como modo de barrar a pandemia, o ex-ministro entrou em rota de colisão com Bolsonaro. Contrário às regras rígidas adotadas por estados e municípios, o presidente é publicamente favorável à plena retomada das atividades econômicas.
"As decisões políticas foram as piores que poderiam possíveis em uma pandemia desse porte”, sentenciou o ex-palaciano, filiado ao DEM e já deputado federal pelo Mato Grosso do Sul.
Após a saída de Mandetta, o cargo foi ocupado pelo também médico Nelson Teich. Ele, no entanto, durou menos de um mês no posto.
“Ele fez uma ocupação militar no ministério da Saúde e deu a ordem para que o ministério não falasse mais de doenças e ignorasse o coronavírus, ao ponto de o Ministério da Saúde ter flertado com a não divulgação dos próprios números. Teve que tomar uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer a função básica do Ministério, que é consolidar os números”, disse ele.
No início de junho, vale lembrar, a saúde federal passou a atrasar a divulgação dos boletins diários do coronavírus. Os levantamentos passaram a ser publicados no fim da noite, por volta das 22h. Depois de alguns dias, inclusive, as estatísticas consolidadas foram retiradas — constando, apenas, os números das 24 horas anteriores.
A situação foi “regularizada” após o STF ordenar a divulgação dos números da forma como o governo fazia até a alteração.
“O governo federal fez tudo o que não deveria fazer na maior crise de saúde dos últimos 100 anos. Desde a gripe espanhola não havia uma emergência sanitária desse patamar. Quando nossa equipe estava no ministério, o presidente fez oposição ao próprio Ministério da Saúde dele”, afirmou, por telefone.
Mandetta deixou o Palácio do Planalto em abril deste ano, quando o país somava casos 25.262 casos e 1.532 mortes em virtude do coronavírus. Agora, mais de 90 dias depois, há 2.552.265 registros e 90.134 óbitos.
Defensor das medidas restritivas como modo de barrar a pandemia, o ex-ministro entrou em rota de colisão com Bolsonaro. Contrário às regras rígidas adotadas por estados e municípios, o presidente é publicamente favorável à plena retomada das atividades econômicas.
"As decisões políticas foram as piores que poderiam possíveis em uma pandemia desse porte”, sentenciou o ex-palaciano, filiado ao DEM e já deputado federal pelo Mato Grosso do Sul.
Após a saída de Mandetta, o cargo foi ocupado pelo também médico Nelson Teich. Ele, no entanto, durou menos de um mês no posto.
"Ocupação militar"
O terceiro ministro da Saúde brasileiro desde o início da pandemia é o general Eduardo Pazuello, que assumiu interinamente após o pedido de demissão de Teich. A gestão do “interino efetivo” de Bolsonaro foi chamada de “ocupação militar” por Mandetta“Ele fez uma ocupação militar no ministério da Saúde e deu a ordem para que o ministério não falasse mais de doenças e ignorasse o coronavírus, ao ponto de o Ministério da Saúde ter flertado com a não divulgação dos próprios números. Teve que tomar uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer a função básica do Ministério, que é consolidar os números”, disse ele.
No início de junho, vale lembrar, a saúde federal passou a atrasar a divulgação dos boletins diários do coronavírus. Os levantamentos passaram a ser publicados no fim da noite, por volta das 22h. Depois de alguns dias, inclusive, as estatísticas consolidadas foram retiradas — constando, apenas, os números das 24 horas anteriores.
A situação foi “regularizada” após o STF ordenar a divulgação dos números da forma como o governo fazia até a alteração.