Jornal Estado de Minas

Vai ganhar em dólar

'Não esperem barulho': Salário de Weintraub será 3 vezes maior no Banco Mundial


Após 40 dias de sua chegada aos Estados Unidos, que deixou a impressão no Brasil de ter empreendido uma viagem de fuga, tamanha foi  rapidez com que deixou o Brasil depois de ser exonerado do cargo de ministro da Educação, o economista Abraham Weintraub  será recompensado pelo atual governo brasileiro por ter saído sem defenestrar o presidente, que ficou visivelmente acabrunhado (veja vídeo)  por demitir o aliado do cargo.



Weintraub vai receber um salário, no cargo, que assumirá na primeira semana de agosto, de diretor do Banco Mundial (Bird) – a confirmação saiu nesta quinta-feira (30) -, três maior do que recebia no Ministério da Educação.  No Bird,  ele vai receber em dólar, o equivalente a R$ 115,8 mil. Ele recebia no cargo de ministro salário de  R$ 31 mil.

Silêncio

Nessa quinta-feira, após ser confirmado no cargo, Weintraub sinalizou à rede de televisão CNN que  o polemista deve ficar no passado durante o exercício do cargo – garantido até 31 de outubro, quando nova eleição deverá ocorrer. ”Não esperem barulho, trabalho em banco é silencioso”, declarou  o ex-ministro.

Weintraub foi eleito pelo grupo de países - conhecido como constituency-, representando Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago para ser Diretor Executivo no Conselho do Banco, que tem 25 cadeiras em seu conselho executivo, representando os países que integram  a instituição.



Por meio de nota, o Bird fez  questão de ressaltar no curto comunicado que o cargo de Weintraub não o torna funcionário do banco. "Diretores Executivos não são funcionários do Banco Mundial. Eles são nomeados ou eleitos pelos representantes dos nossos acionistas", diz o texto.

Weintraub, que responde dois inquéritos por racismo contra chineses e ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal,  foi indicado pelo governo brasileiro, apesar de diversos protestos, incluindo a dos próprios funcionários, que argumentaram com o risco de 'perda de credibilidade' do Bird.