Depois de duas semanas de recesso parlamentar, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais retomará as atividades nesta segunda-feira. A Casa não conta com a presença de nenhum deputado estadual em serviço desde 17 de julho. Dois temas tomarão conta dos debates nesse contexto: a reforma da Previdência e a pandemia do novo coronavírus, que ainda atormenta o estado e o Brasil.
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Alguns deputados e diversos servidores criticavam o Executivo e a base de governo no Legislativo acerca de uma possível falta de diálogo. Diante disso, a matéria foi debatida em seminários até o recesso. O Ministério da Economia, inclusive, prorrogou o prazo para que estados e municípios definam novas alíquotas, idade, tempo de contribuição, regras de contribuição e autarquia própria.
A prorrogação federal, que passou a data limite de 31 de julho para 30 de setembro para aprovação das mudanças, encaixou-se com a situação de Minas. Em nota, o Executivo entende que “a Assembleia Legislativa conseguirá aprovar a reforma até a segunda quinzena de agosto, conforme anunciado durante a discussão do texto na Casa”.
Ainda não foi divulgado o calendário de reuniões pós-recesso. A reforma da Previdência recebeu o “ok” da Comissão de Constituição e Justiça em 3 de julho, mas estacionou na comissão de Trabalho (somente o PLC, já que a PEC teve de passar somente por uma Comissão Especial).
A reforma da Previdência de Minas enviada pelo governador Romeu Zema (Novo) prevê a adoção de alíquotas progressivas, que variam entre 13% e 18,38%. Há mudanças, também, na idade mínima para a aposentadoria e no tempo de contribuição necessário para pedir o benefício. Homens precisarão trabalhar por mais cinco anos. Mulheres, por mais sete.
As regras atuais preveem o desconto de 11% nos salários de todo o funcionalismo público. O texto sugere alíquotas distintas conforme a faixa de vencimentos. A ideia é que servidores que recebem até R$ 2 mil, por exemplo, contribuam, efetivamente, com 13%. O percentual é 0,67% maior no caso dos que ganham até R$ 6 mil. O índice cresce gradualmente, até os 18,38% - voltado ao que recebem acima de R$ 16 mil.
A pandemia do novo coronavírus também deve ser pauta nas reuniões ordinárias, extraordinárias e nas comissões temáticas da Assembleia. Desde março deste ano, quando a pandemia começou a ser visualizada em cidades mineiras, o Legislativo já aprovou 86 normas (57 PLs, 26 Projetos de Resolução - PREs - e três PLCs) e analisou dez vetos do governador Zema.
Entre as proposições aprovadas, estão a que torna lei o uso de máscaras de proteção em Minas Gerais (PL 1661/20) e outra que transfere recursos para municípios mineiros enfrentarem a pandemia (PL 1750/20). Apesar disso, a Assembleia também terá que olhar para si mesma.
Até o recesso parlamentar, 21 servidores que trabalham no Legislativo testaram positivo para o novo coronavírus. Três deputados estaduais também contraíram a COVID-19: Antonio Carlos Arantes (PSDB), João Vítor Xavier (Cidadania), Guilherme da Cunha (Novo) e Laura Serrano (Novo). As reuniões da Casa estão sendo realizadas via videoconferência desde março.