
O senador disse ainda que valores apontados pelo Ministério Público – como os R$ 120 mil pagos em dinheiro vivo por Queiroz apenas para o plano de saúde de suas filhas – são um montante acumulado ao longo dos anos, com valor mensal irrisório. Flávio disse também que a origem do seu patrimônio é toda lícita.
Quanto aos repasses de parte do salário de outros funcionários de seu gabinete para Queiroz, o filho do presidente disse que o ex-assessor já prestou depoimento ao Ministério Público, apontando que o dinheiro era de funcionários da "equipe de rua" e que o valor era reinvestido na contratação de outras pessoas para trabalhar em redutos políticos. "Sempre fui bem votado nesses locais. Talvez tenha sido um pouco relaxado de não olhar isso mais de perto, deixei muito a cargo dele. Mas é obvio que, se soubesse que ele fazia isso, jamais concordaria."
Queiroz foi preso no dia 18 de junho, em Atibaia (SP), na casa do então advogado do senador, Frederick Wassef. Na entrevista, Flávio voltou a negar que soubesse que o ex-assessor era abrigado por Wassef. Queiroz está em prisão domiciliar no Rio.
Flávio também falou sobre a disputa recente entre o procurador-geral da República, Augusto Aras, e os procuradores da Operação Lava Jato. O senador defendeu a postura de Aras no combate à corrupção e fez críticas à operação. "Embora não ache que a Lava Jato seja esse corpo homogêneo, considero que pontualmente algumas pessoas ali têm interesse político ou financeiro", disse.
"Pelo que acompanho, há suspeitas de que pessoas com foro por prerrogativa de função estavam sendo investigados por procuradores de 1ª instância, inclusive alterando os nomes dos investigados para não ficar claro que se tratava de um senador ou de um deputado".