O senador mineiro Carlos Viana (PSD) quer a exoneração de servidores públicos que solicitaram, indevidamente, o auxílio emergencial de R$ 600 aos trabalhadores informais. O parlamentar protocolou, nessa quarta-feira (5), Projeto de Lei (PL) sobre a questão.
Leia Mais
Justiça suspende processo de impeachment do governador e vice-governadora de SCSTF determina proteção a índios e ao Bolsa FamíliaMilitares são 'o grande elo' que garante liberdade à população, diz BolsonaroFlávio Bolsonaro pede ao MP que troque promotores do caso Queiroz“Não podemos tolerar esse tipo de corrupção, principalmente daqueles que detêm a informação e recebem dos brasileiros o apoio para o exercício da função pública”, defende Viana.
No projeto, o senador sugere a exoneração aos funcionários cuja pena de prisão por crimes cometidos em decorrência do recebimento indevido do auxílio não seja tão alta.
“A proposta é que não existam dúvidas de que o servidor, que tem estabilidade, salário e uma série de benefícios, não fique impune”, diz.
Quase 50 mil mineiros podem ter cometido fraudes
Em julho, o Estado de Minas obteve relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que revela que 49.585 mineiros sem direito aos R$ 600 receberam a primeira parcela da ajuda federal, iniciada em abril. O estado é responsável por 8% das possíveis fraudes cometidas em todo o solo nacional.
Segundo o documento, há, em Minas Gerais, 911 eventuais beneficiários ligados a servidores e pensionistas federais e 66 a funcionários públicos de estados e municípios.
Além de funcionários públicos, a corte de contas identificou outros tipos de beneficiários em situações que, na teoria, impedem o pagamento do auxílio. Há usuários de ajudas previdenciárias e assistenciais do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pessoas contempladas pelo seguro desemprego ou pela Medida Provisória que autorizou a redução de jornada de trabalho e suspensão dos contratos.
Constam, ainda, casos de utilização de dados de cidadãos mortos e CPFs cancelados. O TCU identificou, também, pessoas com renda acima do limite.
Sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no início de abril, a legislação sobre o auxílio emergencial diz que trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEIs), autônomos e desempregados têm direito a receber os R$ 600.
Para ser considerado MEI é preciso manter, sozinho, um empreendimento que fature até R$ 81 mil ao ano.
Tramitação
Projetos de Lei encaminhados ao Senado passam por comissões temáticas, ligadas ao assunto debatido no texto. Depois, as propostas são remetidas ao plenário. Se houver aprovação, a Câmara dos Deputados é responsável por revisar o teor da matéria e, eventualmente, sugerir alterações.