Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira, 7, pelo Fórum Brasileiro da Segurança Pública, aponta que 41% dos soldados, cabos, sargentos e subtenentes (os praças) das polícias militares do Brasil interagem em ambientes bolsonaristas no Facebook, sendo que 25% participam de redes bolsonaristas radicais tidas como radicais pelos pesquisadores. Ao todo, 12% dos PMs nessa rede social compartilham comentários contrários ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso.
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Internado, ex-deputado Caio Narcio tem estado de saúde agravado por problemas respiratóriosDesembargador nega liminar e mantém preso Alexandre BaldyAlexandre mantém quebra de sigilo de investigados por atos antidemocráticosO diretor-presidente do Fórum, Renato Sérgio de Lima, afirma que a pesquisa foi feita para tentar mensurar uma percepção já identificada de proximidade das forças de segurança com as pautas bolsonaristas. Ele destaca que, historicamente, as polícias de todo o mundo têm proximidade com pautas de viés conservador, de manutenção da ordem.
"Ser conservador não é problema nenhum. É um segmento da sociedade. O que chamou a atenção da gente é que, dentro deste grupo, tem uma parcela defendendo a ruptura institucional. Este sim é um problema." A questão, para Lima, é o fato de o efetivo das corporações serem grandes e estarem armadas ao defender esses discursos. O tema precisa receber atenção de demais órgãos de estado, como o Ministério Público, e das próprias corregedorias, ainda na avaliação do fórum.
Um dos fatores que o Fórum avalia como catalisadores da participação desses agentes na rede o é o próprio discurso empoderador das polícias trazido pelo grupo político do presidente. "(Os policiais) se sentem empoderadas a partir do discurso do Bolsonaro e se sentiram à vontade inclusive para dizer contra o congresso, prender o Supremo."