O Ministério Público Federal (MPF) entrou com um processo contra o presidente Jair Bolsonaro devido a falas dele e de seus ministros "preconceituosas e discriminatórias" conta mulheres.
O processo foi movido pela Procuradoria-Regional dos Direitos do Cidadão, em São Paulo, e faz dois pedidos: que a União invista ao menos R$ 10 milhões em campanhas de conscientização sobre o direito das mulheres; e uma multa de R$ 5 milhões, paga ao Fundo de Direitos Difusos, por danos morais à mulheres.
Na ação, é explicado que as ações publicitárias deverão ter veiculação por no mínimo um ano e deverão expor dados sobre a desigualdade de gênero e reforçar informações sobre os direitos das mulheres.
Na ação, o MPF cita algumas falas do presidente. Uma delas foi dita em uma live de Bolsonaro em que ele criticou uma repórter da Folha de S.Paulo dizendo que ela "queria dar o furo"; e uma outra fala em que ele disse que qualquer um poderia ficar à vontade e vir ao país transar com uma mulher. Ao criticar o que chamou de "turismo gay".
Além das declarações do presidente, o processo também cita afirmação do ministro da Economia, Paulo Guedes, quando disse que Brigitte Macron, primeira-dama da França, era "feia mesmo". O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, quando disse que tinha uma banalização do termo "estupro" e a fala da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que afirmou que "a mulher deve ser submissa. Dentro da doutrina cristã, sim".