O ministro da Justiça, André Mendonça, encaminhou ao Congresso na tarde desta terça-feira, 11, cópia do relatório produzido pela pasta sobre opositores do governo Jair Bolsonaro. O material impresso foi entregue à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI).
A existência de um dossiê com informações sobre 579 servidores identificados com o movimento antifascista foi revelada pelo portal UOL. Na última sexta-feira, 7, o ministro da Justiça negou o termo "dossiê", afirmando que remete a algo ilegal, mas admitiu que o grupo era monitorado. Pressionado a dizer claramente qual relatório o órgão do ministério elaborou e quem foram os alvos, Mendonça recusou a entrar em detalhes.
Mendonça apresentou relatórios de gestões passadas na intenção de convencer os parlamentares de que a pesquisa sobre opositores do governo é procedimento comum, feito dentro de critérios de legalidade. O ministro também queria mostrar que a busca de informações não é uma exclusividade do governo Bolsonaro, mas seria uma prática legal que ocorre em todas as gestões.
Para sustentar a afirmação, ele expôs trechos de relatórios de inteligência relacionados a eventos como a Copa do Mundo de 2014, a Olimpíada de 2016 e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Um dos nomes citados em relatório no governo da petista foi o do atual deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), líder do Movimento Brasil Livre (MBL), um dos principais opositores ao governo na época.