
Questionado sobre a movimentação suspeita, Flávio disse que "não se recorda". "Se eu não me engano, foi por transferência bancária esse sinal. Cheques. E, no dia, eu paguei as duas salas junto com a minha esposa, no próprio cartório", afirmou.
Oficiais do MP ainda questionaram se houve algum encontro em agência bancária para realização dos pagamentos e o senador novamente disse que não se lembrava. Disse também que não sabia que o vendedor dos apartamentos havia feito um depósito de R$ 638 mil em dinheiro vivo no dia da venda dos imóveis. "Se o cara tinha esse perfil, certamente não devia estar fazendo só isso, né?", argumentou.
O vendedor do apartamento era o americano Glenn Dillard, que negociou em nome dos reais proprietários, Charles Eldering e Paul Maitino. O pagamento aconteceu em duas etapas: Flávio e Fernanda Bolsonaro pagaram um sinal de R$ 100 mil em dois cheques em 6 de novembro de 2012; no dia 27 daquele mesmo mês, foram entregues mais dois cheques, que somavam R$ 210 mil, para totalizar o valor da venda no momento da assinatura da escritura, em cartório no Centro do Rio.
Os investigadores relataram ainda que Dillard não fez outras transações imobiliárias naquele semestre além dos R$ 638 mil depositados em espécie. Um ano após a compra, Flávio revendeu os imóveis por R$ 813 mil.