A defesa do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz entrou nesta sexta-feira, 14, com um recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar reverter a decisão do ministro Felix Fischer que revogou sua prisão domiciliar e de sua mulher, Márcia Aguiar.
Em despacho ontem, o ministro apontou que o casal já supostamente articulava e trabalhava "arduamente" para impedir a produção de provas ou até mesmo a destruição e adulteração delas nas no inquérito das "rachadinhas" - que apura suspeitas de desvio de salários de funcionários de Flávio Bolsonaro, ex-chefe de Queiroz, durante seus mandatos como deputado na Assembleia Legislativa do Rio. Na avaliação de Fischer, as manobras de Queiroz e Márcia para impedir a localização pela polícia "saltam aos olhos".
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Justiça do Rio expede mandado de prisão contra Queiroz e esposaFischer: Manobras de Queiroz e Márcia para impedir localização "saltam aos olhos"Fabrício Queiroz deixa condomínio para fazer exames e volta para casaA decisão derrubou o benefício concedido pelo presidente do STJ, João Otávio de Noronha, no mês passado, durante o recesso do Judiciário, provocando críticas dentro do tribunal por beneficiar Márcia, até então uma foragida da Justiça. Com isso, Queiroz terá de voltar para a cadeia, onde passou menos de um mês após ser preso na casa de Frederick Wassef, então advogado de Flávio Bolsonaro, em Atibaia (SP), e Márcia vai cumprir o mandado de prisão preventiva em regime fechado.
No habeas corpus derrubado, a defesa do ex-assessor pediu o relaxamento do regime de prisão usando como argumentos o estado de saúde de Queiroz e o contexto de pandemia. O advogado Paulo Emílio Catta Preta também criticou fundamentos da medida autorizada em primeira instância pela Justiça, argumentando que posteriormente o caso passou a correr em segunda instância em razão da concessão de foro privilegiado a Flávio no inquérito.
Sobre o Estado de saúde de Queiroz, Fischer observou que "não há comprovação de que o paciente se encontra extremamente debilitado, conforme exige o art. 318, II, do CPP, ou mesmo que o seu tratamento não possa ter continuidade na própria penitenciária". O ministro também afirmou não vislumbrar constrangimento ilegal na decisão que determinou a custódia preventiva do casal.
O advogado do ex-assessor também entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal, distribuído ao ministro Gilmar Mendes - que no ano passado paralisou as investigações sobre a "rachadinha" ao atender a defesa de Flávio. No pedido, pedem liberdade total para Queiroz. Na última quarta, 12, Gilmar pediu pra ouvir todas as instâncias envolvidas na prisão antes de decidir sobre o caso.