Mesmo com todas as agruras que os prefeitos têm passado neste mandato, enfrentando falta de recursos, crise econômica, pandemia, o cargo continua sendo objeto de desejo de parte dos deputados mineiros. Levantamento feito pelo Estado de Minas mostra que pelo menos 13 deputados estaduais mineiros devem se candidatar ao comando de seus municípios, um parlamentar a mais que na eleição passada. O interesse dos deputados estaduais de Minas Gerais pela disputa eleitoral para as prefeituras neste ano é um pouco maior que em relação a 2016, ano do último pleito municipal, quando 11 políticos do Legislativo saíram como candidato. Nove dos 13 já estão com a decisão tomada.
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Outros dois deputados estaduais, mais experientes, também sairão como candidatos à Prefeitura de BH: Professor Wendel Mesquita (Solidariedade) e João Vítor Xavier, com mandatos de vereador no currículo. Cada um pontuou um motivo para tentar chegar à chefia do Executivo da capital mineira. “Minha vinda para a prefeitura é por paixão a BH. Fui vereador por um mandato e meio, fui o vereador homem mais votado de Minas Gerais em 2016, e vejo que podemos ampliar muito o trabalho da prefeitura, conheço BH de uma ponta a outra. Como professor também, passamos por várias escolas e vejo que há chance de fazer mais pela educação, tem muito a crescer. A educação ficou atrás, nossa proposta é estruturar a educação, trazendo ensino de maior qualidade, tempo integral. Ampliar também a educação infantil. A saúde também ficou estagnada depois que o Márcio (Lacerda) saiu, não foi pra frente. Vou mais pela paixão pela cidade e de ser uma cidade que pode avançar muito”, contou Wendel.
Já João Vítor abordou uma questão de gestão. Segundo ele, a cidade pode avançar nesse sentido. “Sinto que a cidade precisa da minha participação. Sou de BH, é minha principal base eleitoral, e acho que posso contribuir muito. Primeiro com o debate, e segundo com uma gestão melhor, muito melhor. Sinto que posso ser útil dando a BH uma gestão mais democrática e mais moderna, inclusive”.
No interior
Outra deputada pré-candidata é Leninha (PT), que pretende ser prefeita de Montes Claros. A ex-vereadora da cidade do Norte de Minas crê que, além da gestão, a representatividade pesa para a decisão de trocar o Legislativo estadual pelo Executivo municipal. “Sou a primeira mulher negra eleita pela região e pela cidade de Montes Claros, da qual fui a deputada eleita majoritariamente. Carrego o compromisso de em meu mandato vocalizar os anseios, as necessidades, as prioridades de mais de uma dezena de povos e comunidades tradicionais, de agricultores e agricultoras familiares, do povo negro, das mulheres, das juventudes, do povo pobre e periférico com os quais sempre convivi. E é exatamente por conta desse compromisso, por entender que precisamos urgentemente retomar o nosso projeto de país, a partir da disputa em nossas cidades, que aceitei o desafio de vir para a disputa, novamente, para a Prefeitura de Montes Claros.”
"Sou pré-candidato porque acredito que minha experiência no Legislativo, as boas relações estabelecidas com o governo estadual e todo conhecimento que adquiri exercendo os cargos de vereador e deputado estadual, são fatores importantes para que se possa fazer um trabalho diferenciado na administração da minha cidade", acredita Bosco (Avante), cotado para concorrer em Araxá.
Outros deputados estaduais já estão certos como pré-candidatos às prefeituras para as eleições municipais deste ano: Douglas Melo (MDB) em Sete Lagoas, e Delegado Heli Grilo (PSL) que sairá candidato em Uberaba. Quatro parlamentares ainda analisam as chances e podem decidir o futuro nas próximas semanas: Delegada Sheila (PSL) em Juiz de Fora), Repórter Rafael Martins (PSD) em Contagem, Rosângela Reis (Podemos) em Ipatinga, e Fábio Avelar (Avante) em Nova Serrana.
Alguns que tentaram um cargo no Executivo municipal em 2016 e seguem na Assembleia ainda não acenaram com a possibilidade de disputar este ano. São eles: Sargento Rodrigues (PTB), que foi candidato em Belo Horizonte; Noraldino Júnior (PSC), que disputou em Juiz de Fora; e Celinho Sintrocel (PCdoB), que tentou a Prefeitura de Coronel Fabriciano.
Prazo
Os partidos têm até 26 de setembro para registrar os candidatos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até que essa solicitação seja oficializada, todo político é considerado pré-candidato para a Jus- tiça. O pleito deste ano acontecerá em 15 de novembro (primeiro turno) e 29 do mesmo mês (segundo turno, caso necessário).
Na corrida
Veja quem são os cotados para disputar as prefeituras*
Deputado Município
Bosco (Avante) Araxá
Bruno Engler (PRTB) Belo Horizonte
João Vítor Xavier (Cidadania) Belo Horizonte
Professor Wendel Mesquita (Solidariedade) Belo Horizonte
Marília Campos (PT) Contagem
Professor Irineu (PSL) Contagem
Repórter Rafael Martins (PSD) Contagem
Rosângela Reis (Podemos) Ipatinga
Delegada Sheila (PSL) Juiz de Fora
Leninha (PT) Montes Claros
Fábio Avelar (Avante) Nova Serrana
Douglas Melo (MDB) Sete Lagoas
Delegado Heli Grilo (PSL) Uberaba
*Este é um cenário de momento. Situação pode ser alterada até 26 de setembro deste ano