O presidente Jair Bolsonaro lamentou, nesta quinta-feira (20/8), que o Senado tenha decidido
derrubar
o veto dele ao reajuste salarial a algumas carreiras do funcionalismo público e disse que, se a Câmara seguir o entendimento, vai ser "impossível governar o
Brasil
".
"Ontem, o Senado derrubou um veto que vai dar um
prejuízo
de R$ 120 bilhões para o Brasil. Então, eu não posso governar o país. Se esse veto (não) for mantido na Câmara, é impossível governar o Brasil. É impossível", ponderou o presidente, ao
conversar
com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada nesta manhã.
A análise do veto de Bolsonaro por parte dos
deputados
acontecerá nesta tarde. O plenário da Câmara votaria o assunto na sessão da noite de quarta-feira (19/8), mas o governo conseguiu construir um acordo para adiar a votação e evitar outra derrota.
O veto
O veto
A proposta de reajuste salarial a alguns setores do funcionalismo público foi incluída por deputados e senadores no projeto de socorro financeiro de R$ 60 bilhões a estados e municípios por conta da pandemia do novo coronavírus .
Pelo texto do parlamento, teriam direito ao reajuste profissionais de segurança pública, saúde, educação, militares, trabalhadores de limpeza urbana, agentes penitenciários, assistentes sociais e trabalhadores de serviços
funerários
. Para isso, contudo, eles precisariam ter atuado de alguma forma no combate à crise sanitária da COVID-19.
Pela forma como foi aprovada no Congresso Nacional, a proposta de socorro a estados e municípios reduziu de R$ 130 bilhões para R$ 43 bilhões a estimativa de economia por parte do governo com o congelamento da
remuneração
do funcionalismo público até dezembro do ano que vem.
O texto foi sancionado por Bolsonaro em maio, mas ao publicar a lei no Diário Oficial da União, o presidente vetou os reajustes para todas as categorias até o fim de 2021 e ainda congelou as recomposições. Durante a tramitação da proposta no
parlamento
, o presidente chegou a dar aval para que as corporações policiais fossem poupadas do
congelamento
, mas voltou atrás por pressão do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Caso o veto seja derrubado também na Câmara, o dinheiro que foi destinado pela União para o combate à pandemia será utilizado para custear os reajustes dos servidores. Logo após a derrubada do veto no Senado, Guedes criticou a decisão e disse que os senadores cometeram um crime contra o
país
.