A Procuradoria Geral da República (PGR) instaurou, nesta quinta-feira (20), notícia de fato para investigar eventuais repasses do frigorífico JBS para o advogado Frederick Wassef, que atua para a família do presidente Jair Bolsonaro. A procuradoria vai solicitar informações ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que, teria identificado transações suspeitas entre o defensor e a empresa de carnes por meio de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
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Promotoria decide não recorrer da absolvição de ex de Wassef no 'Mensalão do DEM'Deputado pede investigação de contrato milionário do Poupatempo com ex de WassefMulher de Queiroz via família como 'marionete' de WassefWassef pagou R$ 10,2 mil para médico de Queiroz, aponta CoafDe acordo com reportagem da revista "Crusoé", Wassef teria recebido R$ 9 milhões da JBS, entre 2015 e 2020. Uma outra reportagem aponta que o advogado teria sido recebido na PGR, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, para tratar da delação firmada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS.
Além disso, de acordo com a revista, o próprio presidente da República telefonou para o procurador, auxiliar de Augusto Aras, chefe do Ministério Público, que estava tratando do assunto. O encontro ocorreu em Brasília, no gabinete do subprocurador-geral José Adonis Callou de Araújo Sá, então coordenador da Lava-Jato na PGR.
Wassef, na ocasião, teria afirmando que seria uma "injustiça" anular o acordo de delação firmado pelos irmãos Batista, acusados de mentir para o Ministério Público durante depoimento. Caso o acordo seja rescindido, eles podem voltar para a cadeia. De acordo com a PGR, a notícia de fato vai apurarn "eventual irregularidade poderá reforçar os indícios de omissão nos acordos de colaboração premiada dos executivos da companhia". A decisão pela rescisão ou não dos acordos é do Supremo Tribunal Federal (STF).