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Estado de Minas NESTE DOMINGO

'Vontade de encher sua boca de porrada', disse Bolsonaro a repórter em Brasília

Diante da resposta, os repórteres que estavam no local questionaram se o presidente se referia a toda a imprensa ou apenas ao repórter de O Globo, que teria feito a pergunta


23/08/2020 15:48 - atualizado 24/08/2020 12:25

(foto: Marcelo Casall Jr./Agência Brasil )
(foto: Marcelo Casall Jr./Agência Brasil )
Bolsonaro (sem partido) disse, neste domingo, a um jornalista que "a vontade que eu tenho é de encher sua boca de porrada", quando foi questionado sobre o motivo dos depósitos recebidos pela primeira-dama, Michelle Bolsnaro, referentes ao ex-assessor Fabrício Queiroz. O bate-boca ocorreu durante uma visita do presidente à Catedral de Brasília, um dos cartões-portais da capital federal. 
Diante da resposta, os repórteres que estavam no local questionaram se o presidente se referia a toda a imprensa ou apenas ao repórter de O Globo, que teria feito a pergunta. "Isso é uma ameaça presidente?", mas o presidente não respondeu. Antes ele tinha posado para fotos com adultos, crianças e idosos, sem máscara e sem distanciamento social.  

O Globo se pronuncia 

Em nota divulgada pouco depois, o jornal O Globo afirmou que "repudia a agressão do presidente Jair Bolsonaro a um repórter do jornal que apenas exercia sua função, de forma totamente profissional". "Tal intimidação mostra que Jair Bolsonaro desconsidera o dever de qualquer servidor público, não importa o cargo, de prestar contas à população", acrescenta o comunicado do jornal.

A revista Crusoé publicou este mês que Fabrício Queiroz, policial aposentado, amigo pessoal de Jair Bolsonaro e ex-assessor de Flávio Bolsonaro, havia depositado pelo menos 21 cheques para Michelle Bolsonaro no valor total de 72.000 reais entre 2011 e 2016. A revista afirma que a informação consta dos extratos bancários de Queiroz, cujas contas são investigadas pela justiça.


Queiroz, 54, e Flavio Bolsonaro estão sob investigação por suposta participação em um esquema para desviar os salários de funcionários do ex-gabinete de Flávio Bolsonaro durante seu mandato como deputado no Rio de Janeiro.


O caso veio à tona no final de 2018, quando o órgão de controle de movimentos financeiros (COAF) descobriu transferências de dinheiro atípicas entre 2016 e 2017 em uma conta da Queiroz, no valor de 1,2 milhão de reais. Entre as transferências estava um depósito feito à primeira-dama no valor de 24.000 reais.


Após a divulgação da informação, o presidente alegou que se tratava de um único pagamento de uma dívida pendente com ele. Flávio, filho mais velho do presidente, afirma que a investigação é "uma nova jogada para atacar" seu pai. A primeira-dama não comentou o caso.


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