Após meses isolado, o governo decidiu desligar o general Otávio Rêgo Barros da Presidência da República, onde ele atuava como porta-voz. Atualmente, Rêgo Barros estava vinculado ao Ministério da Secretaria de Governo e possuía uma equipe formada por cinco servidores. A exoneração deve ser formalizada nos próximos dias.
Em nota enviada na noite desta quarta-feira, 26, o Palácio do Planalto confirma a extinção do cargo ocupado pelo militar. "Diante de toda reestruturação da Comunicação do Governo, o cargo de porta-voz da Presidência da República será desativado em novo decreto a ser publicado nas próximas semanas", diz o comunicado assinado pela Secretaria de Governo e Ministério das Comunicações.
Desde o início do ano, Rêgo Barros deixou de fazer os briefings quase diários à imprensa no Palácio do Planalto para responder questionamentos de jornalistas. Os encontros acabaram substituídos por falas do próprio presidente na entrada e saída do Palácio da Alvorada. Com isso, o porta-voz ficou ainda mais esvaziado e sem função definida internamente.
Na visão de auxiliares do Planalto, a saída de Rêgo Barros foi "natural" e ocorreu porque não havia mas espaço para ele, já que o cargo não era mais usado.
No ano passado, o porta-voz passou a ser alvo de críticas de um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), por organizar cafés da manhã com jornalistas periodicamente. Na visão de Carlos, os encontros serviam para prejudicar o pai.
As reuniões também viraram foco de conflito com a chegada do secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, em abril de 2019. O secretário apresentava uma série de divergências à estratégia adotada por Rêgo Barros. Com a reformulação da estrutura do Palácio do Planalto, no ano passado, Rêgo Barros deixou a Secom e ficou subordinado à Secretaria de Governo.
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