O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso disse nesta quarta-feira (26) que a democracia brasileira é resiliente, pontuando que o país tem “um presidente que defende a ditadura e a tortura e ninguém jamais considerou alguma solução diferente do respeito à igualdade constitucional”.
A fala foi proferida em transmissão ao vivo promovida pela Fundação Fernando Henrique Cardoso, intitulada “Respostas constitucionais a retrocessos na democracia”.
Barroso elogiou a imprensa, dizendo que “embora atacada pelo presidente, a imprensa brasileira é plural e independente”. “E crítica ao governo - deste, devo acrescentar, e de todos os anteriores. Uma coisa que eu acho que contribui com essa resiliência da democracia brasileira é uma imprensa livre, independente e poderosa que nós temos no Brasil”, afirmou.
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Barroso diz que ameaças à democracia são "retóricas"Barroso diz que Poder Judiciário não tem como "paralisar" as fake newsBarroso manda governo ajustar plano de contenção da covid-19 em terras indígenasDeputados aprovam recuperação judicial e socorro a empresas de transporte coletivoO ministro também afirmou que a democracia foi o regime que venceu no século 20, perante outros ideais, mas que ultimamente algo parece estar dando errado. “Uma onda liberal varreu o mundo, promovendo o que alguns autores têm chamado de recessão democrática”, disse.
Para o ministro, existem três tipos diferentes de fenômeno ocorrendo simultaneamente: populismo, conservadorismo radical e autoritarismo.
“Quando eles se juntam, é aí que o problema começa", ressaltou.
Estratégias
Uma das tática do populismo, segundo ele, é ignorar as instituições intermediárias, que fazem o trabalho de mediação do contato com as pessoas, citando parlamentares, a imprensa e entidades da sociedade civil.
Outra estratégia, conforme Barroso, é o uso de redes sociais para estabelecer uma comunicação direta com as pessoas.
A terceira, segundo ele, é o ataque às instituições que fazem um trabalho de controle ao vigiar os poderes e fazer o controle do exercício do poder, citando o STF como exemplo.