Em pronunciamento na manhã desta sexta-feira (28), o governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) afirmou estar "indignado" com a decisão do STJ e afirmou estar sendo vítima de "uso político" das instituições. Ele não poupou provocações ao governo federal e ainda destacou operações policiais recentes que resultaram na prisão de traficantes e milicianos.
"É uma busca e decepção. Não encontrou um real, uma joia. Lamentavelmente, a decisão do excelentíssimo senhor ministro Benedito [do STJ], induzido pela Procuradoria [Geral] da República, na pessoa da doutora Lindora, que está se especializando em perseguir governadores e desestabilizar os estados da federação com investigações rasas, buscas e apreensões preocupantes", afirmou.
Witzel ainda citou o presidente Jair Bolsonaro e acusou que o afastamento é forma de driblar a indicação à Procuradoria do Estado do Rio de Janeiro em dezembro, que investigará suspeitas de corrupção envolvendo o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido).
"Bolsonaro já declarou que quer o Rio de Janeiro. Já me acusou de perseguir a família dele, mas diferente do que ele imagina, aqui, a Polícia Civil, o Ministério Público são independentes e eu me preocupo muito com essa questão política que vivenciamos hoje", completou.
As provocações não pararam e o governador afastado ainda destacou operações policiais recentes do estado do Rio de Janeiro. "Eu estou incomodando predendo miliciano e o tráfico de drogas?", disparou.
Witzel foi afastado na manhã desta sexta-feira (28) após decissão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) por supostos desvios da Saúde do Estado. Em conversa com apoiadores, o presidente Bolsonaro ironizou: "O Rio está pegando hoje", disse.