O Palácio do Planalto está em festa. O presidente Jair Bolsonaro falou logo cedo com os três filhos — Flávio, Carlos e Eduardo — sobre o afastamento do Wilson Witzel do governo do Rio de Janeiro. Não faltaram adjetivos desabonadores entre eles ao se referirem ao inimigo político. Todos foram unânimes: “Witzel já vai tarde”.
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A família, inclusive, já fala em “arrastão” na eleição de prefeitos aliados no Rio. Pai e filhos acreditam que o esfacelamento de Witzel, acusado de corrupção, sobretudo na área da saúde, cola em Bolsonaro a pecha de que ele está trabalhando firme para acabar com todos os corruptos.
É importante ressaltar, porém, que os interesses da família Bolsonaro no Rio vão além da política. Há uma preocupação enorme em assumir o controle das polícias e do Ministério Público locais para tentar conter qualquer avanço sobre Flávio e Carlos, que são acusados de liderarem um esquema de rachadinha e de emprego de funcionários fantasmas.
Bolsonaro deixou claro, no seu entorno, que Witzel é só o primeiro governador a ser retirado do caminho dele. O Planalto já começou contagem regressiva para que outros inimigos políticos comecem a sofrer as consequências do enfrentamento ao presidente.