A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) do Rio pediu à Promotoria que investigue se o prefeito e pré-candidato à reeleição Marcelo Crivella (Republicanos) cometeu crime eleitoral ao manter esquema para impedir a atividade jornalística relacionada à cobertura do atendimento de hospitais municipais. Em ofício enviado à Coordenadoria Eleitoral do Ministério Público Estadual, a procuradora regional Eleitoral Silvana Batini solicitou que se apure eventual cometimento de abuso de poder político e conduta vedada no caso.
No documento, a PRE encaminhou reportagem da TV Globo que revelou o esquema chamado "Guardiões do Crivella", no qual funcionários comissionados da Prefeitura são pagos para fazer "plantões" nas portas de hospitais e impedir o trabalho de equipes de televisão. O Ministério Público do Rio já abriu investigações no âmbito criminal e civil sobre o caso, mas a Procuradoria Eleitoral defende que é preciso avaliar se houve ou não crime eleitoral devido ao impacto potencial que os fatos têm nas próximas eleições.
"A Procuradoria Regional Eleitoral pediu que a Promotoria Eleitoral avalie se ficou configurado abuso de poder político e/ou conduta vedada, tendo em vista o potencial impacto no processo eleitoral próximo. O Ministério Público Estadual teve uma atuação rápida na área de combate ao crime, mas entendemos conveniente analisar a questão também sob a ótica eleitoral", afirmou Silvana Batini.
Nesta terça-feira, 1, a Polícia Civil do Rio cumpriu nove mandados de busca e apreensão contra funcionários da prefeitura suspeitos de participar do esquema de "Guardiões". Na casa de um dos servidores públicos, a polícia afirmou ter apreendido R$ 10 mil em dinheiro.
Além das investigações da Promotoria, Crivella também é alvo de questionamentos por parte dos parlamentares fluminenses. Na Câmara, dois pedidos de impeachment foram protocolados, um deles apresentado pela deputada estadual e pré-candidata a prefeita do Rio Renata Souza (PSOL) e outro pelo vereador Átila Nunes (DEM).
Defesa
A reportagem entrou em contato, por e-mail, com a prefeitura do Rio. O espaço está aberto para manifestações.
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