Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Joice barra 'bolsonaristas' e escolhe empresário como vice

Candidata do PSL à prefeitura de São Paulo, a deputada federal Joice Hasselmann não cedeu à pressão da ala bolsonarista do partido e escolheu como seu candidato a vice o empresário Ivan Leão Sayeg, herdeiro da Casa Leão Joalheria. A definição ocorreu no momento em que o deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL-SP), que é aliado do presidente Jair Bolsonaro, passou a pleitear o cargo. A escolha do herdeiro da família real era apontada entre bolsonaristas como um gesto de reaproximação do PSL com o Palácio do Planalto.




"Ivan é um paulistano da gema, conhece cada canto dessa cidade, tem o sonho de consertar cada ruela abandonada. Ele entende de cidade e entende de São Paulo que é um país. Tem energia, é lavajatista como eu, luta contra corrupção, e vai complementar a chapa como ninguém", disse Joice.

O nome preferido de Joice era o economista Marcos Cintra. Ex-secretário da Receita Federal de Bolsonaro, ele também rompeu com o presidente e se manteve no PSL. Na entrevista coletiva após convenção da legenda na segunda-feira, 31, a candidata chamou Cintra de "meu posto Ipiranga". Trata-se de uma referência ao apelido dado pelo presidente na campanha ao seu hoje ministro da Economia, Paulo Guedes. Cintra, porém, será o coordenador do programa de governo e vai disputar uma vaga de vereador na capital.

Filiado ao PSL, Sayeg também estava na lista de candidatos a vereador. A ideia de convidá-lo para ser vice faz parte de uma estratégia de criar pontos de referência de Joice com a capital e evitar o rótulo de novata na cidade. A deputada é paranaense e mudou-se para São Paulo em 2014 para trabalhar como jornalista da revista Veja.

A família Leão Sayeg chegou ao Brasil em 1912 vinda de Alepo, na Síria. O patriarca, Leão Sayeg, construiu a joalheria que hoje é comandada por Lydia Sayeg, irmã de Ivan. Ela ficou conhecida do público no programa de TV Mulheres Ricas. Lydia e o irmão são amigos do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. A militância deles em defesa da Lava Jato também pesou na decisão de Joice na escolha de seu vice.