Os parlamentares estaduais mineiros aprovaram, nesta quarta-feira, em primeiro turno, a adoção de um sistema de alíquotas progressivas de contribuição à Previdência estadual. Os índices, divididos em sete faixas salariais, variam de 11% a 16%. Os descontos graduais compõem a segunda parte da reforma previdenciária desejada pelo governador Romeu Zema (Novo).
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Nessa terça-feira, o Legislativo já havia dado aval, também em primeiro turno, à primeira parte da reforma, por meio de proposta que trata de temas como idade mínima para aposentadoria e tempo de contribuição.
A tendência é que os dois projetos sejam votados em segundo turno na sexta-feira (4).
Ao apresentar o projeto, em junho, o Executivo estadual sugeriu a adoção de alíquotas entre 13% e 19%, em quatro níveis. Durante a tramitação na Assembleia, contudo, os índices sofreram mudanças, e chegaram ao plenário com o máximo de 16% — com três patamares a mais.
Nos moldes vigentes, todo o funcionalismo, independentemente dos vencimentos, contribui com 11%.
Modelo de alíquotas aprovado:
- quem recebe até R$ 1.500: 11% de contribuição;
- de R$ 1.500,01 até R$ 2.500: 12% de contribuição;
- de R$ 2.500,01 até R$ 3.500: 13% de contribuição;
- de R$ 3.500,01 até R$ 4.500: 14% de contribuição;
- de R$ 4.500,01 até R$ 5.500: 15% de contribuição;
- de R$ 5.500,01 até R$ 6.101,06: 15,5% de contribuição;
- acima de R$ 6.101,06: 16% de contribuição.
(veja, ao fim desta matéria, como queria o governo)
Cisão do Ipsemg é aprovada
O Projeto de Lei Complementar prevê, ainda, mudança nas atribuições do Ipsemg. A ideia é deixar o instituto responsável apenas por questões sobre a saúde dos servidores estaduais. Para gerir aposentadorias e pensões, o documento estabelece a criação de nova autarquia: a MGPrev.
Há menção, também, à criação do Fundo Financeiro de Previdência do Estado de Minas Gerais (FFP-MG).
Negociações
Desde a chegada do projeto à Assembleia, parte dos deputados propôs alterar os índices de contribuição desejados pelo governo. Na versão original, o percentual mais baixo — 13% — era destinado aos que recebem até R$ 2 mil.
Na última quinta-feira (27), enquanto as alíquotas eram discutidas na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), o presidente do colegiado, Hely Tarquínio (PV), sugeriu os índices que acabaram aprovados nesta quarta. O projeto, então, seguiu para o plenário.
Como emendas foram apresentadas por outros deputados, o texto precisou retornar a outro colegiado, o de Administração Pública. Lá, João Magalhães (MDB) chegou a oficializar relatório propondo alíquotas de 11% a 16%, mas em oito faixas salariais.
Após entendimentos, no entanto, os parlamentares resolveram votar, em plenário, o modelo pensado por Hely.
Emendas rejeitadas na Administração Pública foram descartadas pelo conjunto de deputados. Entre esses acréscimos descartados, havia um que proibia cobrar contribuições previdenciárias a aposentados em caso de déficit no regime. Prevaleceu, contudo, outra regra, e farão repasses extras os que recebem mais de três salários mínimos.
Uma portaria federal estabelece 31 de dezembro como prazo para a sanção das mudanças previdenciárias.
Como o governo queria:
- Até R$ 2 mil: 13%
- Entre R$ 2.000,01 e R$ 6 mil: 14%
- Entre R$ 6.000,01 e R$ 16 mil: 16%
- Acima de R$ 16 mil: 19%