Em meio a especulações sobre o fim da Lava-Jato após a saída do procurador Deltan Dallagnol, o ex-ministro Sergio Moro afirmou, em entrevista exclusiva ao Correio, que não se surpreende com os problemas que a força-tarefa vem enfrentando justamente durante um governo que foi eleito com a promessa de fortalecer as investigações e acabar com a corrupção: “É bem peculiar, mas não é incomum”.
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Bolsonaro recomendou a Moro que se demitisse, diz PFPF pede prorrogação do inquérito Moro contra BolsonaroBolsonaro sugere que Moro atrapalhou investigação sobre facada em Juiz de ForaBolsonaro faz pronunciamento após suspensão do desfileMoro: ''Sistema está reagindo para tentar ser como antes'', sobre crise na Lava-JatoMoro: 'Candidatura é mera especulação', sobre intenção de ser presidentePara Moro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aplica no Brasil estratégias parecidas às do ex-mandatário italiano Silvio Berlusconi. “Na Itália, o governo de Silvio Berlusconi foi eleito com essa bandeira e agiu contra a Operação Mãos Limpas. Berlusconi é, hoje, um dos políticos com a imagem mais associada a irregularidades”, lembrou.
Comparando as duas situações, o ex-ministro encontrou semelhanças: “Aqui o atual governo também foi eleito com a bandeira de defesa da Lava-Jato e do combate a alianças com políticos envolvidos em irregularidades”. Moro ainda arriscou um prognóstico sobre Bolsonaro: “Tudo indica que tenha sido apenas uma promessa de campanha”.
Segundo ele, o que acontece atualmente no Brasil é que “o sistema” político, assim como ocorreu com a Mãos Limpas na Itália, está pressionando as instituições “para tentar que tudo volte a ser como antes, tendo a impunidade como regra”, atestou. Moro ainda aproveitou para negar que tenha intenções políticas para 2022: “Mera especulação”. O ex-juiz afirmou que está focado no momento atual, inclusive, nas funções como professor.
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