Após ser provocada a apresentar documentos para esclarecer a relação com o advogado Frederick Wassef, a JBS emitiu uma nota, neste sábado (5), reiterando que todos os materiais relacionados à atuação profissional de escritórios de advocacia estão protegidos pelo sigilo advogado-cliente. A manifestação ocorre após a força-tarefa da Operação Greenfield apresentar petição à Justiça para obrigar o grupo a prestar as informações.
A força-tarefa foi instituída há quatro anos para investigar fraudes em fundos de pensão de empresas estatais. A petição foi protocolada após a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitar as informações à JBS e ao J&F. O objetivo é apurar o pagamento de R$ 9,83 milhões, entre 2015 e 2020, da JBS ao advogado Frederick Wassef, que defendeu Flávio Bolsonaro nas investigações sobre supostas “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio.
Segundo a empresa, não há razões para justificar o pedido com base no acordo de leniência firmado pela J&F, já que “ele mesmo prevê que não devem ser apresentados documentos resguardados pelo sigilo profissional”, diz a nota da JBS.
“A JBS reforça que os serviços prestados pelo escritório tiveram como finalidade atuação em inquéritos na esfera policial e foram prestados e pagos mediante emissão notas fiscais, sendo a última referente ao ano de 2019”, encerra o texto, sem detalhar os processos. Já a J&F afirmou não ter qualquer relação contratual com o escritório de Wassef.
Diferente do que alega a JBS, a Greenfield afirma que os documentos não estariam protegidos pelo sigilo por se tratar de comprovantes de prestação de serviços advocatícios, como contratos, notas ficais e procuradores. Ainda que houvesse, a força-tarefa alega que “as manifestações podem ser enviadas a este órgão ministerial, com o compartilhamento do sigilo, devidamente autorizado pelas autoridades competentes”.