O procurador da República Deltan Dallagnol, ex-coordenador da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná, foi punido com censura pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), na tarde desta terça-feira (8). A penalidade foi aplicada por ele ter publicado mensagens críticas a Renan Calheiros (MDB-AL) enquanto o político disputava a presidência do Senado Federal, em 2019.
Dentro do conselho, a penalidade de censura é a segunda mais grave e atrasa a progressão na carreira. É uma espécie de advertência a um membro do Ministério Público como punição por conduta julgada inadequada.
Além da censura, os procuradores do MP podem ser punidos com suspensão, advertência, demissão ou cassação da aposentadoria.
Entenda o caso
Dallagnol declarou, no Twitter, durante a eleição para a presidência do Senado, que reformas anticorrupção dificilmente seriam aprovadas caso Renan Calheiros fosse eleito. Além disso, o procurador lembrou que o senador era investigado por corrupção enquanto disputava o comando do Congresso Nacional.
Se Renan for presidente do Senado, dificilmente veremos reforma contra corrupção aprovada. Tem contra si várias investigações por corrupção e lavagem de dinheiro. Muitos senadores podem votar nele escondido, mas não terão coragem de votar na luz do dia. https://t.co/VbDs3Z7weB
%u2014 Deltan Dallagnol (@deltanmd) January 9, 2019
Calheiros não conseguiu se eleger. O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi o vencedor.
*Estagiário sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz