Jornal Estado de Minas

CORONAVÍRUS

Bolsonaro sobre obrigatoriedade da vacina: 'Não pode amarrar o cara e dar vacina nele'

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a falar sobre a não obrigatoriedade da vacina contra a COVID-19 nesta terça-feira (8). Ao participar de uma reunião com Osmar Terra (MDB) e médicos defensores da hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia no tratamento da doença, o presidente afirmou que “não pode amarrar o cara e dar vacina nele”.






Concordando com a opinião de Bolsonaro, Osmar Terra disse que “Nunca se fez isso” no Brasil. Em resposta, o presidente falou que “nunca se faz, a não ser em ditaduras”.

"Remédio do Bolsonaro"

Segundo Bolsonaro, 40 mil vidas poderiam ter sido preservadas se a hidroxicloroquina fosse utilizada no tratamento da COVID-19. 

“Pelo que tudo indica, alguns estudos, mortes poderiam ter sido evitadas em até 30%. Se for verdade, parece que sim, 30% de pouco mais de 120 mil daria quase 40 mil que poderiam ter suas vidas preservadas. Mas parece que, no Brasil, isso foi politizado. Chegaram a falar em ‘remédio do Bolsonaro’, mas nós precisávamos mostrar uma alternativa.”

Vacina é obrigatória

Na semana passada, Bolsonaro afirmou que “ninguém podia obrigar a ninguém a tomar a vacina” depois que uma apoiadora lhe pediu que não deixasse “esse negócio de vacina” passar.





Nas redes sociais, a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) chegou a confirmar as falas do presidente. “O governo do Brasil investiu bilhões de reais para salvar vidas e preservar empregos. Estabeleceu parceria e investirá na produção de vacina. Recursos para estados e municípios, saúde, economia, TUDO será feito, mas impor obrigações definitivamente não está nos planos”.

Embora o governo diga que a opção é de cada um, uma lei assinada pelo próprio presidente em 6 de fevereiro de 2020, obriga a vacinação e outras medidas profiláticas aos brasileiros em meio à pandemia do novo coronavírus.

De acordo com o Artigo 3º da Lei 13.979 para o  “enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus” poderão ser tomadas as seguintes medidas: isolamento e quarentena.

Determina também a realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e outras medidas profiláticas ou tratamentos médicos específicos.

* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.