Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Solidariedade avalia expulsão de Marta Suplicy; partido oficializa apoio a França

A convenção do Solidariedade oficializou na manhã deste domingo, dia 13, a coligação com o ex-governador Márcio França, candidato do PSB à Prefeitura de São Paulo.

Além de França, estavam presentes no ato, realizado na sede municipal do partido, o presidente do diretório paulistano do Solidariedade, Pedro Nepomuceno; o deputado Paulo Pereira da Silva, conhecido como Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, e Antônio Neto, presidente municipal do PDT e vice na chapa de França.

O candidato do PDT à Presidência da República em 2018, Ciro Gomes, e o ex-ministro Aldo Rebelo participaram por videoconferência, assim como todos os convencionais. O evento foi transmitido pela redes sociais. No encontro, autoridades partidárias afirmaram a possibilidade de que a ex-prefeira Marta Suplicy seja expulsa do Solidariedade.

"Lá no PSDB, eles já decidiram como vai ficar (a divisão de poder). A Prefeitura vai ficar com o MDB, o governo do Estado via ficar com o DEM e a presidência vai ficar com o Doria", afirmou Márcio. "E quem concorda com isso deve votar 45", acrescentou, citando o número de urna do PSDB, partido do atual prefeito Bruno Covas, seu oponente que buscará a reeleição.

A fala de França é uma crítica à possibilidade do governador João Doria (PSDB), seu inimigo político, renunciar ao cargo antes do final do mandato para disputar a Presidência da República em 2022 e deixar o comando do Poder Executivo estadual nas mãos do vice, Rodrigo Garcia (DEM).

A fala também faz referência a possibilidade de Bruno Covas, uma vez reeleito, renunciar ao cargo de prefeito para integrar a eventual chapa de reeleição de Garcia no Estado, em 2022, deixando a Prefeitura com o vice de sua composição atual, Ricardo Nunes (MDB).

Marta Suplicy

De acordo com Nepomuceno, o partido vai avaliar a situação da ex-prefeita Marta Suplicy, que está filiada ao Solidariedade desde abril mas que escolheu apoiar a reeleição do atual prefeito, Bruno Covas. Uma das possibilidades é expulsão da legenda. "Logo após o pronunciamento dela na convenção tucana (realizada neste sábado, dia 11), o Conselho de Ética (do Solidariedade) recebeu de alguns filiados um pedido de expulsão dela", afirmou. "Acho que ainda está no calor (do momento), mas vamos reunir a direção nacional ao longo da semana para discutir uma possível expulsão dela", disse.

Quando Marta se filiou ao Solidariedade, em abril, havia a expectativa de que ela pudesse tornar-se vice em uma eventual chapa petista encabeçada pelo ex-prefeito Fernando Haddad, criando uma frente de esquerda. O petista, no entanto, se recusou a disputar e o pré-candidato Jilmar Tatto, de quem Marta não queria ser vice, venceu as prévias do PT e foi confirmado candidato nas convenções petistas neste sábado.

Marta então iniciou uma negociação com o PSDB para ser vice de Covas. A agremiação, no entanto, descartou a possibilidade da ex-prefeita ingressar na chapa do tucano e, com isso, o Solidariedade ficou tentando convencê-la a se lançar candidata até a semana passada. Ela e o seu atual partido romperam na quarta-feira depois que ex-prefeita não compareceu a almoço com Paulinho da Força e Nepomuceno.

Neste sábado, durante sua participação na convenção do PSDB que oficializou a candidatura à reeleição de Covas, Marta, que já foi opositora dos tucanos, afirmou que o País está vivendo "um retrocesso civilizatório" e pregou a necessidade de união "frente ao mal maior".