Pesquisa da XP Investimentos de setembro indica que a estratégia do presidente Jair Bolsonaro, de criticar o isolamento social lá atrás, deu certo. Ele se diferenciou dos governadores, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e, depois da popularidade presidencial ter despencado em maio, agora, com as pessoas cansadas do isolamento, ele se recupera. Mas, em relação à pandemia, 49% consideram que ele tem atuação ruim e péssima.
Em maio, a pesquisa indicava 25% de ótimo/bom para o governo. Hoje, essa avaliação está em 39%. O regular continuou estável, em 24%, e o ruim/péssimo caiu para 36%. Em maio, oscilou entre 49% e 50%.
De quebra, Sérgio Moro continua com uma nota maior do que a do presidente – apesar de sua popularidade ter caído na pesquisa deste mês.
A expectativa para o restante do mandato também melhorou. Hoje, 40% acreditam que será ótimo e bom, e 35% acreditam que será ruim e péssimo. Regular, ficou em 22%. Em maio, as expectativas eram o inverso: 48% consideravam que seria ruim e péssimo e 27% ótimo e bom.
Leia Mais
Ao lançar empresário como vice de João Vítor, Rodrigo Pacheco volta a criticar KalilPSB recua e não terá candidato próprio em BH; sigla deve apoiar Cidadania, SD ou PSDBBolsonaro diz que impeachment o levou a vetar perdão da dívida de R$ 1 bi de igrejasMoro adverte Bolsonaro: ''Volta da corrupção é triunfo da velha política''Planalto apoia Jair Renan, o filho 04, nas redes sociaisPGR vai apurar movimentação salarial em gabinete de Bolsonaro na CâmaraSem citar óbitos, Itamaraty diz na ONU que pandemia desacelera no BrasilOs congressistas, por sua vez, também viveram dias melhores em abril. Lá, o ótimo e bom dos congressistas chegou a 21%, a melhor desde 2018. Hoje, está em 13%. A avaliação ruim e péssimo chegou a 32% em abril e hoje está em 38%. Já o regular subiu de 42% para 44%.
Economia
A amostragem indica que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não vive seus melhores dias: 48% dos entrevistados consideram que a economia está no caminho errado e 38% no caminho certo. Em dezembro do ano passado, 47% viam o caminho da economia como o correto e 42% consideravam o caminho errado.
Daqueles que estão empregados, 52% se mostram confiantes na perspectiva de manter o emprego, enquanto 39% consideram essa chance pequena.
Quanto à confiança de volta da renda ao patamar anterior à pandemia do novo coronavírus, as dúvidas persistem. A amostragem indica que 49% consideram que voltará ao normal e 44% acham que não.
Quanto à manutenção do auxílio emergencial até o final do ano, mas com um valor de R$ 300, 47% consideraram ótima e boa e 20% classificaram como ruim e péssima.
Pandemia
A percepção da pandemia de COVID-19 também vem mudando. Em fevereiro, 49% não estavam com medo do vírus. Hoje, são apenas 29%. O medo, entretanto, tem duas variações: 40% estão com um pouco de medo; em fevereiro eram 29%; enquanto 30% estão com muito medo; em fevereiro eram 21%.
Esses números já foram maiores. Em abril, por exemplo, 48% estavam com muito medo do vírus. Hoje, 60% acreditam que o pior passou e apenas 32% consideram que o pior ainda está por vir.
Quanto à atuação do presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia, 49% consideram ruim e péssima, 19% regular e 28% ótima e boa.
Essa percepção, porém já foi pior. Em maio, 58% achavam a atuação do presidente ruim ou péssima e 21% ótima e boa e 19% regular.
Moro versus Bolsonaro
O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro obteve neste mês sua pior avaliação na série de pesquisa XP, sinal de que a desconstrução patrocinada pelo bolsonarismo teve efeito.
Ele recebeu nota 5,7. No mês passado, era 6,5.
Jair Bolsonaro, que no mês passado registrou 4,7, neste mês aparece com 5,1. O ex-presidente Lula, que no mês passado tinha 4,3, hoje tem 4,5 – ou seja, abaixo de Bolsonaro.
Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, está no mesmo patamar de Paulo Guedes, 5,5, também acima de Bolsonaro.
Moro, ainda é, dos adversários do presidente, quem tem a nota mais alta.