O perito judicial e advogado Tadeu Rodrigues Jordan se entregou à Polícia Federal em São Paulo na última sexta-feira, 11. Ele foi denunciado por corrupção passiva, peculato, lavagem dinheiro e organização criminosa pelo Ministério Público Federal (MPF) na Operação Westminster e, na semana passada, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) decretou sua prisão.
A decisão do Órgão Especial do TRF-3 foi tomada depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubou liminar que dava ao grupo denunciado o benefício da custódia domiciliar.
Segundo os investigadores, Jordan costumava ser escalado como perito para analisar processos em um esquema de venda de sentenças comandado pelo juiz Leonardo Safi de Melo, da 21ª Vara Cível Federal, na capital paulista. Em troca de pareceres técnicos já combinados, recebia um percentual das propinas pagas ao magistrado pelas decisões judiciais.
Além disso, era designado pelo juiz para perícias 'desnecessárias' pelas quais cobrava 'valores manifestamente excessivos' que, segundo o MPF, eram posteriormente repartidos com o magistrado.
No esquema, trabalharia ainda como intermediário de Leonardo Safi, dividindo a função de interlocutor dos pedidos de propina e da operacionalização dos pagamentos com o diretor da 21ª Vara Cível Federal, Divannir Ribeiro Barile, apontado como braço direito do juiz no esquema.
Segundo as investigações, Divannir teria chegado a afirmar que falava em nome dos 'ingleses', em referência ao magistrado. A menção batizou a Operação de Westminster, distrito na cidade de Londres, que prendeu o juiz.
Tadeu é irmão do desembargador Gilberto Rodrigues Jordan, do TRF3, que não é investigado no caso. Além do perito, Divannir e o próprio juiz Leonardo Safi estão presos na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo.
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