O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender a hidroxicloroquina durante a cerimônia de posse do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, nesta quarta-feira (14). Ao falar sobre o remédio, o presidente disse que defender o uso foi uma decisão ousada. O medicamento não tem eficácia comprovada.
“Eu não sou um palpiteiro, eu converso com meus ministros e, na maioria das vezes, de forma reservada, onde procuramos nos acertar. Com o ministro da Saúde anterior, nada foi resolvido nas nossas conversas. E eu aprendi no meio militar, algo que vale para todos nós, pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão. Nós tínhamos que fazer alguma coisa para conter as mortes que se aproximavam de pessoas vitimadas pelo vírus”, afirmou Bolsonaro.
Durante discurso, o presidente exibiu o remédio e fez piadas sobre as críticas ao uso da medicação. Ele voltou a afirmar que foi atacado pela imprensa quando tomou a decisão de indicar e apoiar a medicação. “Eu aceito, mesmo não sendo médico, qualquer coisa contra ela (hidroxicloroquina), mas por parte das pessoas que possam apresentar uma alternativa na mesa”, disse.
O presidente chegou até mesmo a questionar o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), se ele havia tomado o remédio ao se infectar pela COVID-19. O senador negou. Como você não procurou o doutor Bolsonaro, você não tomou a cloroquina”, brincou.
“Neste prédio aqui, cerca de 200 pessoas se infectaram pelo vírus, não tive notícia de nenhuma que sequer foi hospitalizada, todas tomaram… não o remédio do Bolsonaro mas o remédio que tinham.”
O presidente chegou até mesmo a questionar o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), se ele havia tomado o remédio ao se infectar pela COVID-19. O senador negou. Como você não procurou o doutor Bolsonaro, você não tomou a cloroquina”, brincou.
“Neste prédio aqui, cerca de 200 pessoas se infectaram pelo vírus, não tive notícia de nenhuma que sequer foi hospitalizada, todas tomaram… não o remédio do Bolsonaro mas o remédio que tinham.”
De acordo com Bolsonaro, se o medicamento não tivesse o mínimo de indício, a Anvisa e outros órgãos não resolveriam estudá-lo. “Acredito que nós ousamos. Particularmente comecei a defender a hidroxicloroquina focado também nas experiências de médicos do Brasil que apostaram nela e pediam uma resposta através das observações”, explica.
Cloroquina
Estudos em todo o mundo apontam a ineficácia da hidroxicloroquina em tratamentos contra a COVID-19.
De acordo com o principal estudo publicado sobre o medicamento feito por pesquisadores da Universidade de Albany, no estado de Nova York, Estados Unidos, não existe relação entre o uso do medicamento e a redução da mortalidade pela doença. oram analisados 1.438 pacientes infectados com coronavírus em 25 hospitais de Nova York.
A taxa de mortalidade dos pacientes tratados com hidroxicloroquina foi semelhante à taxa daqueles que não tomaram o medicamento, assim como das pessoas que receberam hidroxicloroquina combinada com o antibiótico azitromicina.
De acordo com os pesquisadores, os pacientes que tomaram a combinação de medicamentos tiveram duas vezes mais chances de sofrer parada cardíaca durante o período de análise. Problemas cardíacos são um efeito colateral conhecido da hidroxicloroquina.
*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz