Depois de cair do 6º para o 8º no ano passado, Minas Gerais melhorou sua posição no Ranking de Competitividade dos Estados, medido pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Na edição 2020 do levantamento, que será divulgado nesta quinta-feira (17) em São Paulo, Minas ganhou uma posição, chegando ao 7º lugar.
Fundado pelo cientista político Luiz Felipe d’Avila, o Centro de Liderança Pública é uma organização suprapartidária que busca enfrentar os problemas mais urgentes do Brasil, com conteúdos e iniciativas, como o próprio Ranking de Competitividade dos Estados, que reúne dados para auxiliar gestores públicos a diagnosticar problemas e elencar prioridades. Ao todo, 20 estados utilizam a funcionalidade.
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No entanto, o estado caiu seis casas em Infraestrutura, ficando na 18ª posição, mesmo lugar em que ficou no quesito Potencial de Mercado, que representou uma queda de quatro degraus.
No ranking deste ano, Minas se destacou em Educação, onde ficou na 3ª posição; Inovação, quesito no qual o estado figura na 5ª posição; Sustentabilidade Social, em 6º lugar e Segurança Pública.
Assim como nas edições 2018 e 2019, São Paulo segue liderando o ranking, com Santa Catarina na segunda posição. O "top 4" é completado por Santa Catarina e Distrito Federal. Apesar de os estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste estarem dominando a metade superior da lista, Amapá e Maranhão se destacaram nesta edição, apresentando o maior crescimento, com três posições acima cada. O Rio de Janeiro, por outro lado, foi o único estado do Sudeste a perder posição e ficar de fora dos dez estados mais competitivos.
Os últimos colocados foram Roraima, Piauí e Acre.
Infraestrutura
O quesito infraestrutura avalia indicadores para os principais segmentos do ramo, como rodovias, energia e telecomunicações. Nele, Minas sofreu uma queda de seis posições, chegando ao 18º lugar.
As principais quedas do estado foram aferidas na qualidade do serviço de telecomunicações, na qual Minas caiu cinco degraus, além do custo de saneamento básico, caindo quatro posições. A qualidade da energia elétrica e das rodovias também fizeram Minas despencar, com quedas de quatro e seis posições, respectivamente.
Por outro lado, Minas apresentou crescimento em três indicadores: custo de combustíveis (subindo duas posições), disponibilidade de voos diretos (uma posição ganha) e acesso à energia elétrica (ascensão de cinco degraus).
Sustentabilidade Social
Ao lado de Infraestrutura e Segurança Pública, Sustentabilidade Social é um dos pilares que têm mais peso na avaliação para o ranking. Ele é composto por indicadores que medem a capacidade do governo em tomar ações que evitem a vulnerabilidade dos indivíduos. Neste quesito, Minas está em 6º lugar, perdendo uma posição em relação ao ano passado.
Em relação aos indicadores, Minas apresentou queda de uma posição em formalidade do mercado de trabalho, inserção econômica, inserção econômica dos jovens e mortalidade materna.
Já em mortalidade na infância (três posições acima), mortalidade precoce (uma posição superior), inadequação de moradia (duas posições positivas), famílias abaixo da linha de pobreza (uma posição superior), desigualdade de renda (quatro posições positivas) e acesso ao saneamento básico (mais duas posições), Minas apresentou avanços.
Segurança Pública
Entre os indicadores que compõem o pilar de Segurança Pública, estão segurança pessoal, patrimonial, mortalidade no trânsito, mortes a esclarecer, entre outros. O quesito foi um dos que Minas apresentou o maior progresso, subindo duas posições em relação a 2019, chegando ao 7º lugar.
Apesar disso, o estado, de acordo com a avaliação, pecou em presos sem condenação (queda de uma posição), déficit carcerário (menos três posições) e segurança patrimonial (seis posições abaixo).
Os avanços foram constatados em mortes a esclarecer (cinco posições acima), mortalidade no trânsito (mais duas posições) e morbidade no trânsito (mais duas posições).
Educação
Em Educação, há indicadores que medem a qualidade da educação e de universalização do atendimento. Este pilar também inclui o indicador de ‘avaliação da educação’, premiando os estados que possuam um programa estadual de avaliação da educação básica. Apesar de ser o quesito em que Minas aparece melhor posicionado no ranking, o estado saiu da vice-liderança, caindo para terceiro lugar, perdendo a vaga para Santa Catarina.
Não houve indicadores com quedas substanciais neste caso. Na maioria deles, o estado acabou ‘estacionado’. Por outro lado, Minas aparece em 1º lugar em taxa de frequência líquida do ensino fundamental e em 2º no ensino médio.
Solidez Fiscal
Em 2019, Minas era o segundo pior estado brasileiro no quesito Solidez Fiscal, que leva em conta taxa de investimentos, solvência fiscal, gasto com pessoal, dependência fiscal, planejamento orçamentário, entre outros. O estado, neste ano, conseguiu subir duas posições, ficando em 24º lugar, na frente apenas do Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Minas conseguiu subir três posições em taxa de investimentos, duas em sucesso do planejamento orçamentário, além de resultado primário, uma em gasto com pessoas e duas em poupança corrente. Não houve queda no restante dos indicadores.
Eficiência da Máquina Pública
O pilar de Eficiência da Máquina Pública agrega indicadores de eficiência, custo e transparência do setor público. Foi o quesito que Minas mais apresentou progresso neste ano, subindo quatro posições, chegando ao 6º lugar.
O único indicador em que Minas ficou no vermelho foi em eficiência do judiciário, na qual o estado caiu duas posições. Por outro lado, houve avanço em custos do executivo e do legislativo.
Capital Humano
No pilar capital humano, foram considerados indicadores de qualificação dos trabalhadores (medido pelo número de anos de escolaridade e pela proporção de trabalhadores com ensino superior) e a relação com a produtividade (dada pela razão entre o PIB e a população ocupada). Neste contexto, Minas subiu três posições em relação a 2019 e agora ocupa o 16º lugar.
Minas apresentou queda em custo de mão de obra (uma posição), população economicamente ativa (PEA) com ensino superior (duas posições) e produtividade do trabalho (duas posições. Por outro lado, o estado cresceu em qualificação dos trabalhadores (uma posição).
Sustentabilidade Ambiental
Emissões de CO², serviços urbanos, destinação do lixo, tratamento de esgoto e perda de água são os cinco indicadores aferidos no pilar de Sustentabilidade Ambiental, em que Minas permaneceu na 7ª posição.
O estado se destacou positivamente apenas em emissões de CO² (quatro posições). A queda maior foi em serviços urbanos (nove posições), seguido por destinação do lixo (duas posições), perda de água (duas posições) e tratamento de esgoto (uma posição).
Potencial de Mercado
Em Potencial de Mercado, foi considerado o tamanho do PIB de cada estado, a dinâmica de crescimento do PIB nos últimos 4 anos e o crescimento potencial da força de trabalho nos 10 próximos anos. Minas foi um dos estados que mais registrou queda neste pilar, uma vez que, de acordo com a avaliação, sofreu economicamente com os desdobramentos do rompimento da barragem em Brumadinho, ao lado do Espírito Santo, sendo agravada com a fraca evolução da agropecuária.
Minas, ao todo, perdeu quatro posições e está em 18º lugar no quesito. A taxa de crescimento foi avaliada negativamente, fazendo o estado perder seis lugares no indicador, principal fator que ocasionou a queda no cenário geral.
Inovação
O pilar Inovação contempla cinco indicadores que refletem de modo claro a importância dos setores privado e público e das universidades como promotores da inovação: Investimentos em pesquisa e desenvolvimento; patentes; bolsa de mestrado e doutorado; empreendimentos inovadores e pesquisa científica. Nele, Minas subiu uma posição e entrou no "top 10" dos estados.
Investimentos em pesquisa e desenvolvimento foi o que mais pesou para o lado positivo, uma vez que o estado subiu nove posições. Também houve avanço em empreendimentos inovadores, com duas posições.
O único retrocesso foi registrado em patentes, na qual Minas caiu uma posição.