O movimento feminista Quem Ama Não Mata divulgou, nesta sexta-feira (18), uma nota de repúdio à candidatura de Cabo Xavier à Prefeitura de Belo Horizonte pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB).
De acordo com o documento, “causa estranhamento, perplexidade até, que em pleno século 21, passados quase 100 anos da luta pelo direito ao voto feminino no mundo e no Brasil, um partido que se intitula “da Mulher” lance a candidatura de um homem à Prefeitura de BH”.
Segundo o movimento, a luta pelo voto significou o direito legítimo de as mulheres participarem do espaço público/político, numa visão de que só elas poderiam defender interesses de outras mulheres.
“Um bom exemplo é a pauta do aborto, que é fundamental, que é discutida por mulheres e está parada há décadas no Congresso e não avança. Isso porque a grande maioria dos congressistas são homens. Não existe nenhuma discussão qualificada sobre o assunto", afirma Miriam Christus, coordenadora do Quem Ama Não Mata.
Em conversa com o Estado de Minas, no dia em que anunciou sua candidatura, Cabo Xavier falou sobre a contradição. “Estamos acima de questões ideológicas e de gênero”, argumentou. Segundo ele, a proposta do PMB é sobretudo, ‘’valorizar a mulher como ser político”. “E sempre fui um defensor das mulheres”, afirmou.
Mulheres na Política
De acordo com o Inter-Parliamentary Union, o Brasil é um dos piores países em termos de representatividade política feminina, ocupando o terceiro lugar na América Latina em menor representação parlamentar feminina.
No ranking, a taxa do país é de aproximadamente 10 pontos percentuais a menos que a média global e está praticamente estabilizada desde a década de 1940. Isso indica que, além de estar atrás de muitos países em relação à representatividade feminina, poucos avanços têm se apresentado nas últimas décadas.
No ranking, a taxa do país é de aproximadamente 10 pontos percentuais a menos que a média global e está praticamente estabilizada desde a década de 1940. Isso indica que, além de estar atrás de muitos países em relação à representatividade feminina, poucos avanços têm se apresentado nas últimas décadas.
Quem Ama Não Mata
Marcado na história mineira, o “Quem Ama Não Mata” é um movimento feminista lançado há mais de 40 anos. Em seu maior ato, em 1980, jornalistas se juntaram para protestar contra a violência doméstica e o feminicídio, chamando a atenção para um novo tipo de crime, que, na época, ainda não era tipificado. (Com informações de Iracema Amaral)
*Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa