O prefeito de Patrocínio, no Alto Paranaíba, Deiró Marra (DEM), deu entrevista coletiva no início da noite desta quinta-feira (24) depois da morte do candidato a vereador pela cidade, Cássio Remis. O principal suspeito do crime é o irmão de Deiró, Jairo Marra, atual secretário de Obras da prefeitura.
Na ocasião, o prefeito afirmou diversas vezes que o crime não muda em nada a sua campanha para as eleições deste ano e reiterou que será candidato à reeleição. Deiró Marra disse que o fato de um parente tirar a vida de um adversário político “pode acontecer com qualquer um”.
“Isso aqui não tem nada a ver com a campanha. Foi uma tragédia. Eu me enluto com a família. É um fato que fatalmente pode acontecer com qualquer um, qualquer cidadão. Não é isso. (O assassinato) não tem nada a ver com o nosso projeto político”, disse Deiró Marra em coletiva.
Ainda na coletiva, o prefeito decretou luto oficial de três dias pela morte de Cássio Remis. E confirmou que os disparos de arma de fogo partiram do seu irmão, Jorge Marra.
"Lamentamos tudo que aconteceu, essa sequência de fatos absolutamente injustificáveis que culminaram (sic) com a morte do (candidato a) vereador, Cássio Remis, por disparos de arma de fogo, infelizmente, pelas mãos do meu irmão, Jorge Marra", afirmou.
"Esperamos que todos esses fatos possam ser elucidados. Possam ser, de forma transparente, apurados pela Justiça, pela Polícia Civil, Polícia Militar. Estão todos empenhados", completou o chefe do Executivo municipal.
Deiró Marra também adiantou que já exonerou o secretário de Obras do cargo para que ele responda pelas acusações. Afirmou, ainda, que não sabe do paradeiro do irmão, foragido da polícia após o crime.
Assim como a PM e um hospital local já haviam adiantado, o prefeito chamou de “fake news” os rumores de que seu Jorge Marra tirou a própria vida após o crime.
Sobre o fato de o irmão andar armado, Deiró Marra disse que não tinha conhecimento disso. "Nunca ouvi dizer isso na minha vida. Ele nunca deu um tiro em uma única pessoa. Eu não entendi nada. Eu só posso dizer que a minha posição é de serenidade e de tranquilidade”, esclareceu.
Já sobre a relação com a vítima, Cássio Remis, o político do DEM disse que suas divergências com o candidato sempre foram no “campo do diálogo”, nunca da agressão.
O crime
O crime aconteceu nas dependências da secretaria de Obras. Minutos antes de ser morto, Remis fez um vídeo em que criticava uma obra de reforma do passeio no imóvel que seria o comitê do prefeito Deiró Marra, que tenta a reeleição neste ano. A mão de obra seria da própria Prefeitura de Patrocínio, segundo Remis.
O vídeo é interrompido pelo secretário Jorge Marra, que toma o celular da pessoa que gravava Cássio Remis e leva o aparelho para a sede da Secretaria de Obras.
De acordo com a Polícia Militar (PM), Jorge tentou quebrar o aparelho e fugiu em uma caminhonete Ford Ranger branca.
De imediato, Cássio Remis seguiu o atual secretário de Obras para tentar recuperar o celular. No local, a discussão continuou.
Em dado momento, segundo a PM, Jorge Marra deu cinco tiros no candidato a vereador, que morreu na hora.
A perícia da Polícia Civil já esteve no local para iniciar as investigações. A PM trabalha agora para tentar prender Jorge Marra.
Ainda de acordo com a PM, todo o efetivo do 46º Batalhão está empenhado para tentar prender Jorge Marra.
A corporação, porém, não tem pistas do paradeiro dele. Certo é que o homem fugiu em uma Toyota Hilux prata.
Em nota, a Polícia Civil informou que "esteve no local dos fatos, com peritos e investigadores, fazendo os primeiros levantamentos".
"A ocorrência está em andamento e, neste momento, os policiais civis estão tentando localizar o suspeito do crime. Na Delegacia de Plantão, as testemunhas serão ouvidas ainda hoje e a Polícia Civil também vai representar, ainda hoje (quinta) também, pela prisão preventiva do suspeito", completou a polícia.