O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, classificou como “movimento de manada” as críticas que vem recebendo nas redes sociais nas últimas semanas.
Leia também: polarização é 'muito tóxica' para o país
“É uma militância virtual muito forte, muito organizada, intensa. Qualquer coisa que se fale, ela age de forma irracional. É movimento de manada”, disse o médico e ex-deputado, em entrevista ao Estado de Minas.
Mandetta lançou nesta sexta-feira (25) o livro Um paciente chamado Brasil – Os bastidores da luta contra o coronavírus, com a sua versão para as divergências com o presidente Jair Bolsonaro em relação ao combate da COVID-19 no Brasil e que culminaram com a sua demissão, em abril. Sobre os ataques nas redes, o ex-ministro afirmou: “É muito difícil hoje fazer debate em mídia social sobre qualquer coisa que envolva o governo porque a militância é extremamente agressiva.”
Leia também: polarização é 'muito tóxica' para o país
“É uma militância virtual muito forte, muito organizada, intensa. Qualquer coisa que se fale, ela age de forma irracional. É movimento de manada”, disse o médico e ex-deputado, em entrevista ao Estado de Minas.
Mandetta lançou nesta sexta-feira (25) o livro Um paciente chamado Brasil – Os bastidores da luta contra o coronavírus, com a sua versão para as divergências com o presidente Jair Bolsonaro em relação ao combate da COVID-19 no Brasil e que culminaram com a sua demissão, em abril. Sobre os ataques nas redes, o ex-ministro afirmou: “É muito difícil hoje fazer debate em mídia social sobre qualquer coisa que envolva o governo porque a militância é extremamente agressiva.”
Uma das principais críticas que o ex-ministro da Saúde tem recebido nas redes diz respeito à orientação que deu, no início da pandemia, para que as pessoas com suspeita de COVID-19, mesmo com os primeiros sintomas, ficassem em casa e procurassem os hospitais apenas em caso de falta de ar. “Era muito claro o que fizemos: não tínhamos equipamento de proteção individual para lançar mão de nosso exército de agentes comunitários de saúde na atenção primária, que seria a grande porta de entrada das doenças no nosso sistema de saúde”, afirmou Mandetta. “Criamos a telemedicina, no número 136, como grande tronco de entrada. E, no caso do principal sintoma, qualquer tipo de tosse ou dificuldade para respirar, que se procurasse a unidade hospitalar. O que houve, a posteriori, foi que introduziram um protocolo de cloroquina”, lembrou. “Agora defendem a tese de um tratamento de orientar as pessoas para ir à unidade de saúde e pegar a receita da cloroquina depois dos primeiros sintomas. Acontece que a cloroquina continua sem eficácia demonstrada cientificamente.”
No livro, o ex-ministro afirma que Bolsonaro optou pelo “caminho da negação”, ao minimizar o impacto do coronavírus no sistema de saúde do país. Conta que, por isso, causava mal-estar a sua insistência em apresentar os cenários mais sombrios ao presidente, além da defesa de medidas restritivas de circulação, como fizeram governadores e prefeitos. “Era como se eu representasse o carteiro que o presidente queria matar porque levava notícia ruim”, compara.
Além de críticas à Organização Mundial da Saúde (OMS) por buscar “soluções políticas” no início da pandemia e de reconstituir as divergências que culminaram com a sua demissão, Mandetta revela pressões do Planalto para demissões de técnicos de sua equipe e narra os embates que teve com o ministro da Economia, Paulo Guedes, “afeito aos números, mas que não conhece povo”.
O livro Um paciente chamado Brasil- os bastidores da luta contra o coronavírus tem 228 páginas e foi lançado pela Objetiva, selo do grupo Companhia das Letras.