A pandemia de COVID-19 deixou muitos políticos inseguros quanto à largada da campanha e, de quebra, a sensação de que, se o eleitor já estava distante deles antes do novo coronavírus entrar em cena, agora é que não pretende chegar perto.
A saia justa é geral: Se eles se aventuram no corpo a corpo com a população, podem terminar com a pecha de negacionistas em relação à pandemia e perdendo votos. Porém, não fazer campanha de rua deixa aquela sensação de campanha morna ou quase parando, algo que também afasta o eleitor, especialmente, nas cidades do interior do país. E, assim eles também perdem votos.
A saia justa é geral: Se eles se aventuram no corpo a corpo com a população, podem terminar com a pecha de negacionistas em relação à pandemia e perdendo votos. Porém, não fazer campanha de rua deixa aquela sensação de campanha morna ou quase parando, algo que também afasta o eleitor, especialmente, nas cidades do interior do país. E, assim eles também perdem votos.
Com esse percentual, considerado alto, a aposta dos partidos é a de que o eleitor só sairá de casa para votar se a campanha esquentar. Se for “morna”, o público não vai votar e aí, a abstenção tem tudo para ser maior do que nos pleitos anteriores.
O Datafolha mostrou que 34% não se sentem nada seguros para votar em 15 de novembro. Outros 42% consideram que terão alguma segurança. Apenas 24% se declararam muito seguros para votar. Por isso, o candidato, seja qual for, além de convencer o eleitor a optar pela sua proposta, terá que tentar fazer com que esse cidadão vá à urna.
Porém, como ainda há um mês e meio pela frente, até a eleição, a esperança é a de que a pandemia arrefeça e o eleitor ganhe mais confiança para votar. “Quando a campanha esquentar, as pessoas vão votar”, diz o deputado Carlos Zaratini (PT-SP), candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Jilmar Tatto (PT-SP).
Porém, como ainda há um mês e meio pela frente, até a eleição, a esperança é a de que a pandemia arrefeça e o eleitor ganhe mais confiança para votar. “Quando a campanha esquentar, as pessoas vão votar”, diz o deputado Carlos Zaratini (PT-SP), candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Jilmar Tatto (PT-SP).
Por enquanto, a ordem entre os candidatos é apresentar a própria mensagem. Em Recife, por exemplo, a candidata do PT, Marília Arraes, largou na campanha com uma “bicicletada” no Centro da cidade, onde as referências ao partido deixaram a desejar e ganharam destaque as máscaras de proteção.
Caminhada no Rio
Já em São Paulo, o prefeito-candidato, Bruno Covas (PSDB), por exemplo, foi à igreja para que sua primeira imagem fosse em oração, não só por aqueles que perderam seus entes queridos na pandemia, como gratidão por aqueles que conseguiram vencer a doença.Guilherme Boulos (Psol) optou por uma caminhada num bairro de periferia e conversa com jovens, cercado de poucas pessoas e com os cabos eleitorais munidos de frascos de álcool em gel. Nessa fase da campanha, os eventos de rua são considerados importantes para a captação de cenas a serem exibidas no horário eleitoral de rádio e TV, a partir de 9 de outubro.
No geral, os candidatos têm a certeza de que será preciso equilibrar a presença na rua com as mensagens nas redes sociais, que já ganharam mais importância na última eleição e, agora, nessa temporada que mistura campanha com pandemia, caminham para a consagração.
“Nas maiores cidades, a campanha será mesmo com o uso massivo da internet. O desafio será levar o eleitor para a urna e não só por causa da pandemia. A abstenção vem crescendo o que vamos precisar ver, depois das eleições, é se a pandemia vai aumentar mesmo essa abstenção ou será a desculpa da vez”, diz o cientista político Creomar de Souza.
“Nas maiores cidades, a campanha será mesmo com o uso massivo da internet. O desafio será levar o eleitor para a urna e não só por causa da pandemia. A abstenção vem crescendo o que vamos precisar ver, depois das eleições, é se a pandemia vai aumentar mesmo essa abstenção ou será a desculpa da vez”, diz o cientista político Creomar de Souza.
Medo de abstenção recorde
As abstenções vêm num crescente, se consideradas as últimas eleições presidenciais, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. Em 2010, foram 18,1%.Em 2014, representou 19,39% do eleitorado, algo em torno de 27 milhões de brasileiros. Em 2018, o número foi recorde: 21,3% dos brasileiros não escolheram um candidato a presidente da República, 31 milhões de pessoas. Em 1989, a abstenção, segundo dados da Justiça Eleitoral, chegou a 12 milhões, 14,4% do eleitorado.
A abstenção, diz Creomar, está diretamente relacionada ao grau de divórcio entre a sociedade e a representação política”. Este ano, será na reta final da corrida eleitoral, em novembro, que os candidatos e seus marqueteiros vão trabalhar com mais afinco para convencer as pessoas a saírem de casa para votar.
E, em tempos de COVID-19, o papel da Justiça Eleitoral, em assegurar a proteção dos seus eleitores, será fundamental para ajudar nesse convencimento da população. “A Justiça Eleitoral tem cumprido seu papel, mas tudo tem contribuído hoje para afastar o eleitor, desde a descrença no sistema até a lógica dos extremos que tem marcado a política. Veremos como será em novembro”, avalia.
E, em tempos de COVID-19, o papel da Justiça Eleitoral, em assegurar a proteção dos seus eleitores, será fundamental para ajudar nesse convencimento da população. “A Justiça Eleitoral tem cumprido seu papel, mas tudo tem contribuído hoje para afastar o eleitor, desde a descrença no sistema até a lógica dos extremos que tem marcado a política. Veremos como será em novembro”, avalia.