Jornal Estado de Minas

COVID-19

Ministro de Bolsonaro diz que SUS não falhou na pandemia, culpa China pelo coronavírus e alfineta Mandetta

Mesmo ante as mais de 140 mil mortes em virtude do coronavírus, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, considera que o Sistema Único de Saúde (SUS) não falhou no combate a pandemia. Nesta segunda-feira, em evento com o governador mineiro Romeu Zema (Novo), ele classificou a doença como “presente de grego” da China e criticou o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.



De acordo com Onyx, o Brasil tem sido procurado por entidades internacionais para expor as fórmulas de sucesso do sistema público de saúde.

“Temos recebido, em Brasília, demandas do Banco Mundial e de organismos internacionais, que estão interessados em saber como funciona o SUS. O SUS é uma invenção brasileira e tem problemas, mas em países muito mais desenvolvidos, tanto econômica quanto tecnologicamente, o sistema de saúde falhou. O SUS não falhou. O SUS respondeu. Isso é uma vitória nossa, brasileira”, garantiu.

Onyx disse que a gestão de Jair Bolsonaro (sem partido) vinha “colocando ordem” no país. Como exemplo, ele citou a aprovação da reforma previdenciária. Os planos, segundo ele, foram freados por conta do novo coronavírus. Em seguida, o ministro culpou a China pela disseminação da virose.

“Olhávamos para 2020 com a expectativa de que seria um grande ano para Minas e para o Brasil. Aí veio esse ‘presente de grego’ que a China mandou para o mundo e para os brasileiros. Nós tivemos que fazer um esforço extraordinário para enfrentar esse momento”, afirmou.



Críticas a Mandetta


Logo após assinar o acordo que oficializou o repasse de recursos para fomentar a agricultura familiar no estado, Onyx concedeu breve entrevista. Em determinado momento, foi questionado sobre trecho do livro ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que acusa o gaúcho de gravar deputados durante a tramitação do pacote chamado de “10 medidas contra a corrupção”.

“O ex-deputado e ex-ministro sofre de um sintoma muito grave de uma síndrome de falta de luz. Tenho mais o que fazer que me preocupar com fofoca de ex-ministro e ex-deputado”, alfinetou o palaciano.

E não parou por aí: Onyx seguiu falando e, pouco depois, criticou a atuação do ex-chefe da saúde federal diante da pandemia. “Esse foi o ministro que dizia para as pessoas ‘fiquem em casa’.

"Tive COVID-19 e aprendi, junto com minha esposa, minha filha e os médicos que nos atenderam, que o protocolo com hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina tem efeito espetacular quando feito nos primeiros cinco dias. Quantas vidas no Brasil não ‘ficaram em casa’ e, quando foram ao hospital, já era tarde. É isso que ele tem de explicar à sociedade brasileira”, atacou. O protocolo defendido por Onyx, vale lembrar, não tem efeitos comprovados.

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