Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2020

Ataques a Kalil - ausente - marcam primeiro debate de candidatos à Prefeitura de BH

Dez dos 15 candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte se encontraram para o primeiro debate na televisão desta campanha. Organizado pela TV Band Minas, o programa foi ao ar às 22h30 dessa quinta-feira e teve regras especificas de distanciamento e higienização, por causa da pandemia de COVID-19, que já matou 7.436 pessoas em Minas Gerais.





Dos 15 candidatos à PBH, 11 foram convidados, de acordo com a representatividade dos partidos políticos no Congresso Nacional e com as regras estabelecidas pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais. Estiveram presentes Áurea Carolina (PSOL), Fabiano Cazeca (Pros), João Vítor Xavier (Cidadania), Lafayette de Andrada (Republicanos), Luísa Barreto (PSDB), Marcelo Souza e Silva (Patriota), Nilmário Miranda (PT), Professor Wendel Mesquita (Solidariedade), Rodrigo Paiva (Novo) e Wadson Ribeiro (PCdoB).

O prefeito Alexandre Kalil (PSD), candidato à reeleição, não compareceu.
Candidatos Áurea Carolina e João Vitor Xavier (foto: Band/Divulgação)

O debate

Antes mesmo do início do debate, os candidatos já se confrontavam. Tudo por causa da ausência do prefeito Alexandre Kalil, candidato à reeleição.

Pelas redes sociais, João Vítor Xavier, Luisa Barreto e Professor Wendel Mesquita se manifestaram nas redes sociais, criticando a postura do adversário.

O tom do programa foi de críticas à atual administração. Já na primeira rodada de perguntas, em que a mediadora Inácia Soares questionou a todos os participantes 'por que querem ser eleitos', a maioria usou o tempo não para se apresentar, mas para atacar a gestão de Kalil.





A política de combate à pandemia também foi atacada. Fabiano Cazeca afirmou que 'empesas foram covardemente quebradas' e João Vitor Xavier disse que falta diálogo ao atual prefeito.


O segundo bloco, no qual os candidatos fizeram perguntas uns para os outros, em ordem definida por sorteio, foi menos agressivo e mais propositivo. Apesar de algumas ideias apresentadas não serem tão simples de serem implantadas, como o monotrilho ligando o Barreiro ao Centro e a abertura de ‘duas largas avenidas’ do Belvedere ao Sion, sugeridas por Lafayete Andrada.

A promessa recorrente de ampliação do metrô de BH parece ter sido substituída pela do monotrilho, também sugerido pelo Professor Wendel Mesquita. A diferença seria o trajeto. Na ideia de Wendel, o veículo sairia da Pampulha em direção à rodoviária, passando pelas avenidas Tancredo Neves e Pedro II.

O transporte público um dos assuntos mais abordados na primeira parte do debate. Fabiano Cazeca comparou os atuais ônibus da capital a 'latas de sardinha' e sugeriu a volta dos trocadores. Lafayette Andrada citou a sincronização de semáforos e a eliminação de gargalos. Wendel Mesquita sugeriu a criação da tarifa estudantil para alunos da rede municipal.



(foto: Candidatos Professor Wendel e Luisa Barreto)

Bolsonaro e PT

Lafayette Andrada foi um dos primeiros a citar o nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Andrada que defendeu a implantação em Belo Horizonte, de escolas cívico-militares, política da qual o presidente é entusiasta.

Isso gerou um embate com Wadson Ribeiro, que declarou que as escolas não devem ter a presença de partidos, religiões ou militares, e sim de livros.

Bolsonaro também foi citado por Áurea Carolina. Incitada por Fabiano Cazeca, ela criticou a promessa do presidente de ampliar a Linha 2 do metrô de BH. Segundo a candidata, Bolsonaro fez uma 'manobra' no orçamento e anunciou a obra sem ter os recursos financeiros necessários.

Outro embate particular que chamou a atenção foi entre Nilmário Miranda (PT) e Rodrigo Paiva (Novo). Nilmário criticou a construção do Hospital de Campanha de Minas Gerais 'que não atendeu ninguém' e as práticas de corte de despesas do governador Romeu Zema, companheiro de partido de Paiva. Como resposta, o petista ouviu duas vezes que estava 'equivocado' e que o Novo recebeu o estado 'quebrado' pelo governo de Fernando Pimentel, correligionário de Nilmário.




Uso de celular

Durante o debate, a mediadora Inácia Soares alertou para a impossibilidade da utilização de celulares pelos candidatos e pediu que eles 'respeitassem a regra'. Contudo, a apresentadora não citou qual dos presentes fez uso do aparelho e mereceu o 'puxão de orelha'.
(foto: Candidatos Nilmário Miranda, Fabiano Cazeca e Marcelo Souza e Silva)


Veja abaixo algumas declarações dos candidatos à PBH

Áurea Carolina: "A tecnologia deve estar a serviço da vida e da cidadania e pode estar associada com uma política de formação profissional para a juventude mais pobre ter uma condição de qualificação muito mais avançada do que é ofertado hoje em Belo Horizonte".

Fabiano Cazeca: "Ele (Kalil) criou um Comitê da Saúde e achou que aquilo era suficiente. Não! A função de um prefeito não é só cuidar da saúde, de uma pandemia". 





João Vitor Xavier: "O prefeito atual quando fez campanha há quatro anos, falava ‘chega de político, vamos limpar o cabide de emprego’. O cabide de emprego só mudou de lugar. Estava espalhado em todos os cantos e agora está no gabinete do prefeito".

Lafayete Andrada: "Vamos destravar o transito da Zona Sul, abrindo duas largas avenidas do Belvedere ao Sion, e vamos fazer também um monotrilho, ligando o Barreiro ao Centro, passando pelo Betânia e Buritis".

Luisa Barreto
: "O que a prefeitura fez para melhorar a sua vida ao longo dos anos? Tenho certeza que muito pouco ou quase nada".

Marcelo Souza e Silva: "Precisamos de uma pessoa articulada, que faça integração, conheça a cidade e saiba escutar as pessoas. Que levante a bunda da cadeira e vá até as pessoas".





Nilmário Miranda
: "As pessoas têm que morar em algum lugar. Se elas são obrigadas a morar em locais de risco, isso é culpa de quem sonegou o direito à moradia digna para essas pessoas. Querer culpabilizar a vítima nunca será o caminho".

Professor Wendel Mesquita
: "Temos propostas inovadoras, como um monotrilho, saindo da região da Pampulha, passando pelas avenidas Tancredo Neves, Pedro II e chegando à rodoviária". 

Rodrigo Paiva
: "Eu desafio todos vocês aqui. Vamos deixar de usar o fundo partidário, fundo eleitoral, para fazer campanha? Eu faço campanha com o recurso conquistado com pessoas que acreditam nos nossos princípios e valores".

Wadson Ribeiro
: "Não existe priorizar a educação sem os professores receberem bem. Quero uma escola que seja atrativa para o jovem e não que afaste. Esses são temas importantes, e não colocar polícia dentro da escola."