Dez dos 15 candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte se encontraram para o primeiro debate na televisão desta campanha. Organizado pela TV Band Minas, o programa foi ao ar às 22h30 dessa quinta-feira e teve regras especificas de distanciamento e higienização, por causa da pandemia de COVID-19, que já matou 7.436 pessoas em Minas Gerais.
O prefeito Alexandre Kalil (PSD), candidato à reeleição, não compareceu.
O debate
Antes mesmo do início do debate, os candidatos já se confrontavam. Tudo por causa da ausência do prefeito Alexandre Kalil, candidato à reeleição.
Pelas redes sociais, João Vítor Xavier, Luisa Barreto e Professor Wendel Mesquita se manifestaram nas redes sociais, criticando a postura do adversário.
O tom do programa foi de críticas à atual administração. Já na primeira rodada de perguntas, em que a mediadora Inácia Soares questionou a todos os participantes 'por que querem ser eleitos', a maioria usou o tempo não para se apresentar, mas para atacar a gestão de Kalil.
A política de combate à pandemia também foi atacada. Fabiano Cazeca afirmou que 'empesas foram covardemente quebradas' e João Vitor Xavier disse que falta diálogo ao atual prefeito.
O segundo bloco, no qual os candidatos fizeram perguntas uns para os outros, em ordem definida por sorteio, foi menos agressivo e mais propositivo. Apesar de algumas ideias apresentadas não serem tão simples de serem implantadas, como o monotrilho ligando o Barreiro ao Centro e a abertura de ‘duas largas avenidas’ do Belvedere ao Sion, sugeridas por Lafayete Andrada.
A promessa recorrente de ampliação do metrô de BH parece ter sido substituída pela do monotrilho, também sugerido pelo Professor Wendel Mesquita. A diferença seria o trajeto. Na ideia de Wendel, o veículo sairia da Pampulha em direção à rodoviária, passando pelas avenidas Tancredo Neves e Pedro II.
O transporte público um dos assuntos mais abordados na primeira parte do debate. Fabiano Cazeca comparou os atuais ônibus da capital a 'latas de sardinha' e sugeriu a volta dos trocadores. Lafayette Andrada citou a sincronização de semáforos e a eliminação de gargalos. Wendel Mesquita sugeriu a criação da tarifa estudantil para alunos da rede municipal.
Bolsonaro e PT
Lafayette Andrada foi um dos primeiros a citar o nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Andrada que defendeu a implantação em Belo Horizonte, de escolas cívico-militares, política da qual o presidente é entusiasta.
Isso gerou um embate com Wadson Ribeiro, que declarou que as escolas não devem ter a presença de partidos, religiões ou militares, e sim de livros.
Bolsonaro também foi citado por Áurea Carolina. Incitada por Fabiano Cazeca, ela criticou a promessa do presidente de ampliar a Linha 2 do metrô de BH. Segundo a candidata, Bolsonaro fez uma 'manobra' no orçamento e anunciou a obra sem ter os recursos financeiros necessários.
Outro embate particular que chamou a atenção foi entre Nilmário Miranda (PT) e Rodrigo Paiva (Novo). Nilmário criticou a construção do Hospital de Campanha de Minas Gerais 'que não atendeu ninguém' e as práticas de corte de despesas do governador Romeu Zema, companheiro de partido de Paiva. Como resposta, o petista ouviu duas vezes que estava 'equivocado' e que o Novo recebeu o estado 'quebrado' pelo governo de Fernando Pimentel, correligionário de Nilmário.
Uso de celular
Durante o debate, a mediadora Inácia Soares alertou para a impossibilidade da utilização de celulares pelos candidatos e pediu que eles 'respeitassem a regra'. Contudo, a apresentadora não citou qual dos presentes fez uso do aparelho e mereceu o 'puxão de orelha'.
Veja abaixo algumas declarações dos candidatos à PBH
Áurea Carolina: "A tecnologia deve estar a serviço da vida e da cidadania e pode estar associada com uma política de formação profissional para a juventude mais pobre ter uma condição de qualificação muito mais avançada do que é ofertado hoje em Belo Horizonte".
Fabiano Cazeca: "Ele (Kalil) criou um Comitê da Saúde e achou que aquilo era suficiente. Não! A função de um prefeito não é só cuidar da saúde, de uma pandemia".
João Vitor Xavier: "O prefeito atual quando fez campanha há quatro anos, falava ‘chega de político, vamos limpar o cabide de emprego’. O cabide de emprego só mudou de lugar. Estava espalhado em todos os cantos e agora está no gabinete do prefeito".
Lafayete Andrada: "Vamos destravar o transito da Zona Sul, abrindo duas largas avenidas do Belvedere ao Sion, e vamos fazer também um monotrilho, ligando o Barreiro ao Centro, passando pelo Betânia e Buritis".
Luisa Barreto: "O que a prefeitura fez para melhorar a sua vida ao longo dos anos? Tenho certeza que muito pouco ou quase nada".
Marcelo Souza e Silva: "Precisamos de uma pessoa articulada, que faça integração, conheça a cidade e saiba escutar as pessoas. Que levante a bunda da cadeira e vá até as pessoas".
Nilmário Miranda: "As pessoas têm que morar em algum lugar. Se elas são obrigadas a morar em locais de risco, isso é culpa de quem sonegou o direito à moradia digna para essas pessoas. Querer culpabilizar a vítima nunca será o caminho".
Professor Wendel Mesquita: "Temos propostas inovadoras, como um monotrilho, saindo da região da Pampulha, passando pelas avenidas Tancredo Neves, Pedro II e chegando à rodoviária".
Rodrigo Paiva: "Eu desafio todos vocês aqui. Vamos deixar de usar o fundo partidário, fundo eleitoral, para fazer campanha? Eu faço campanha com o recurso conquistado com pessoas que acreditam nos nossos princípios e valores".
Wadson Ribeiro: "Não existe priorizar a educação sem os professores receberem bem. Quero uma escola que seja atrativa para o jovem e não que afaste. Esses são temas importantes, e não colocar polícia dentro da escola."