Jornal Estado de Minas

SUPREMO

Indicação de Kassio Nunes ao STF é reprovada por bolsonaristas nas redes sociais

Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmar que indicará o nome do desembargador Kassio Nunes Marques, do Tribunal Regional Federal da 1° Região, para uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), apoiadores do chefe do Executivo federal foram às redes sociais e se manifestaram contrários à ação. Bolsonaristas chegaram a usar uma hashtag “#KassioNunesNão”, e até influenciadores digitais favoráveis a Bolsonaro se voltaram contra ele.





A indicação de Bolsonaro chegou a ser publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (2), horas depois de o presidente dizer em sua live semanal nas redes sociais, na noite dessa quinta (1º), que recomendaria Kassio Nunes para a vaga de Celso de Mello, que irá se aposentar do STF neste mês. Após o fato, influencers marcados na internet por apoiar o presidente se voltaram contra a ação do chefe do Executivo federal.

“O presidente deixa claro, com a decisão de hoje, que a sua sustentação política se dará pelas forças que controlam o país desde 88, aglutinadas no vulgo Centrão; se afastando da militância conservadora que o elegeu. Se foi imposto, ou é decisão, tanto faz para o resultado final”, publicou Leandro Ruschel, um dos mais conhecidos apoiadores do presidente na internet.



Vários bolsonaristas foram até o perfil do presidente nas redes sociais questionar a escolha por Kassio Freitas para o STF. “Presidente, a quantidade de fiéis apoiadores ao senhor e ao seu governo, que estão indignados com a indicação para a próxima vaga do STF, é quase de 100%. Eu confio no senhor, por isso peço que tenha cuidado em não desperdiçar a chance de um STF compatível com os anseios do povo”, disse um apoiador.





Bolsonaro rebate


Em convrsa com apoiadores, Bolsonaro reagiu às críticas sobre a indicação feita ao STF. O presidente chegou a ironizar a situação, citando Sergio Moro, ex-ministro de Justiça e Segurança Pública do governo federal, que deixou o cargo acusando o chefe do Executivo de interferência política na Polícia Federal.

"No ano passado todo, até mais ou menos abril deste ano, vocês queriam quem para o Supremo? Vocês queriam Sérgio Moro para o Supremo. E me ameaçavam: 'Se não for Sérgio Moro para o Supremo, acabou!'", afirmou Bolsonaro. "Agora, vocês querem que eu troque o Kassio pelo Sérgio Moro? E daí? Querem que eu faça o que? Acham que ele vai ser o ministro lá que vai ser leal às nossas causas?", rebateu.

Lagosta


Kássio Nunes liberou, em maio de 2019, que o Supremo pudesse comprar lagostas e vinhos. A aquisição dos itens havia sido impedida por uma juíza federal. Para o presidente, porém, isso não tira as qualificações do indicado ao STF.





 "Se bem que não tem nada demais comer lagosta. Nada demais. Qual o problema de comer lagosta? Quem pode come, quem não pode não come, e não é isso que vai desqualificar", afirmou.

Ministro evangélico


O presidente também comentou uma promessa antiga de que uma das vagas ao Supremo seria para um evangélico. Bolsonaro garantiu que o próximo ministro que terá que indicar cumprirá o requisito. 

"Nós temos uma vaga prevista para o ano que vem também. Essa segunda vaga será para um evangélico", concluiu.

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