A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, acredita que, se houvesse mais gado no Pantanal, os incêndios que devastam o bioma, há mais de dois meses, poderiam ser menores. Segundo ela, quando os bois comem capim seco ou inflamável, impedem que o fogo avance. A teoria foi compartilhada em audiência pública remota no Senado, nesta sexta-feira (9/10).
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Heleno diz que governo ainda não teve tempo de cuidar da Amazônia e do PantanalRicardo Salles visita o Pantanal e participa de inspeção em focos de incêndio Bolsonaro reclama de 'campanha brutal de desinformação' sobre incêndios na Amazônia e Pantanal#StopBolsonaroMundial: grupos protestam contra queimadas e postura do presidente diante da COVID-19Atos antidemocráticos: PF investiga repasses entre assessores de pasta de DamaresSegundo a chefe da pasta da Agricultura, o gado come a massa orgânica “para não deixar que ocorra o que, neste ano, nós tivemos” — o número mais alto de incêndios no Pantanal na história. “Com a seca, a água do subsolo também baixou em seus níveis. Essa massa virou o quê? Um material altamente combustível, incendiário”, continuou.
Não é a primeira vez que o governo defende a teoria dos “bois bombeiros”. Em setembro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, argumentou que as queimadas foram maiores este ano porque havia acúmulo de material orgânico. “A pecuária ajuda a diminuir a matéria orgânica, porque o gado come pasto e não deixa acumular”, disse, em live com o presidente Jair Bolsonaro.
Até sábado (3/10), 3,9 milhões de hectares do Pantanal tinham sido devastados pelas queimadas, de acordo com dados do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). A área destruída representa 26% do bioma. Desde janeiro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou mais de 17 mil focos de calor no Pantanal, número maior do que os 10 mil focos registrados em todo o ano de 2019.